
“O último azul” trata de não se submeter ao etarismo, um dos temas mais caros para uma longevidade ativa e feliz. O cenário é ficcional, da Amazônia brasileira, e o enredo impacta pela pouca distância que nos separa da opressão do estado. Dirigido pelo pernambucano Gabriel Mascaro, com Denise Weinberg e Rodrigo Santoro nos papéis principais, “O Último azul” conquistou o Urso de Prata do 75º Festival de Berlim — um excelente primeiro passo para uma jornada de sucesso internacional.
Denise Weinberg despontou como atriz anos 90 no Grupo Tapa, uma das mais importantes companhias do teatro brasileiro. Toda sua carreira foi construída no palco. No filme, ela vive Tereza, uma mulher de 77 anos que vive num Brasil dominado pelo autoritarismo.
Trabalhando como operária em um frigorífico de carne de jacaré de alguma cidade industrial da Amazônia, recebe a ordem de deixar sua casa e seu emprego para mudar-se para uma colônia de idosos. Não há mais aposentadoria, é coisa do passado. O estado remove todas as pessoas com mais de 75 anos com a justificativa cruel de não prejudicar a produtividade dos filhos. Ela se rebela e decide fugir pelos rios e afluentes da Amazônia em uma viagem de liberdade e autoconhecimento. n
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