
As redes sociais se converteram num espaço de comunicação generalista. Conteúdos de todas as tendências, origens e ideologias circulam sem pudor, confundindo os incautos e seduzindo os frenéticos. Mentiras e verdades se misturam como farinha do mesmo saco. O desafio é separar o fato do fake. Hoje, dezenas de empresas se dedicam a essa missão para salvaguardar, especialmente, a fidelidade das informações da mídia.
Porém, há um modismo que persiste nas redes: a medicalização da saúde, estimulada por pessoas despreparadas. Estudo liderado pela Universidade de Sydney constatou que cerca de 85% das publicações no Instagram e no TikTok sobre exames médicos fornecem orientações médicas falsas, enganosas ou potencialmente prejudiciais.
Um dos exemplos citados pelo artigo é da celebridade Kim Kardashian, que em 2023 incentivou seus mais de 360 milhões de seguidores a se submeterem a uma ressonância magnética de corpo inteiro. Exame que ela batizou de “máquina salva-vidas”, por conta do eventual poder de detectar sinais precoces de doenças como câncer. Há evidências cada vez mais claras de que os testes de detecção precoce são facas de dois gumes: podem salvar vidas, mas também produzir diagnósticos errôneos.
Os pesquisadores analisaram 982 publicações de influenciadores com cerca de 200 milhões de seguidores, para avaliar a precisão e o possível impacto sobre os usuários. Do total, apenas 15% alertavam sobre danos associados aos exames. A grande maioria não tinha conhecimento médico necessário para fornecer informações precisas. Apenas 6% das postagens incluíam alguma forma de evidência científica.
Fica o alerta. Não acredite em tudo que você lê nas redes sociais, principalmente quando as “dicas” colocam em risco sua saúde. Na dúvida, procure um médico.
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