Do Brasil 61
Cerca de 10% da população mundial sofre com transtornos mentais, o que corresponderia, aproximadamente, a 720 milhões de pessoas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. O Brasil é o país que lidera o ranking de ansiedade e depressão na América Latina, com quase 19 milhões de pessoas com essas condições.
Na avaliação da doutora em psicologia e neuropsicóloga, Roselene Espírito Santo Wagner, entre os motivos que fazem do Brasil um dos países com maior incidência de transtornos de ansiedade em sua população estão as condições sociais no país, como instabilidade financeira, baixa escolaridade e problemas de infraestrutura, como má qualidade dos serviços públicos.
“Os fatores ansiogênicos vêm da instabilidade financeira, baixa escolaridade, que não permite a ascensão profissional; falta de transporte público, que facilite a locomoção dentro da cidade; os engarrafamentos e horas perdidas no trânsito no ir e vir; a violência, a alta criminalidade, a falta de acesso à saúde de qualidade, principalmente à saúde mental, são estímulos estressores”, explica a neuropsicóloga.
Como lidar com a ansiedade?
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Qual a diferença entre a ansiedade comum e um transtorno de ansiedade?
O psiquiatra Pedro Leopoldo explica que a ansiedade é comum na natureza humana e é uma resposta emocional e fisiológica normal, pois nos prepara para o estresse, por exemplo, para a defesa e para tomar decisões. “Onde isso começa a nos adoecer? A ansiedade começa a aparecer em situações que não precisava e não deveria, por exemplo numa reunião, no momento em que eu tenho que entregar um produto”, explica o médico.
Os sintomas da ansiedade incluem preocupação excessiva, medo, tensão muscular, inquietação, insônia, taquicardia, sudorese e falta de ar. Quando a ansiedade se torna uma condição crônica, pode impactar na vida pessoal e profissional da pessoa, prejudicando sua capacidade de tomar decisões e de realizar atividades do dia a dia.
Segundo Roselene Espírito Santo Wagner, a ansiedade, quando não tratada, pode ser gatilho para o desenvolvimento de outros transtornos, podendo desencadear doenças psicossomáticas, que afetam não somente a saúde mental, mas também a saúde física. “Por exemplo, gastrite, úlceras, colites, taquicardia e hipertensão. Além do que, crises de ansiedade podem gerar ataque de pânico e se transformar em síndrome do pânico”, pontua a neuropsicóloga.
Tratamento
De acordo com o Ministério da Saúde, existem três tipos de tratamento para os transtornos de ansiedade: medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica); psicoterapia com psicólogo ou psiquiatra; e a combinação dos dois tratamentos. Todos são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A pasta ressalta que é importante procurar ajuda médica especializada para tratar a ansiedade. “O diagnóstico precoce e preciso, um tratamento eficaz e o acompanhamento por um prazo longo são imprescindíveis para obter-se melhores resultados e menores prejuízos”, destaca.