Saúde

Sol em excesso agrava risco de câncer de pele

16/12/2022
Sol em excesso agrava risco de câncer de pele | Jornal da Orla

Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda protetor solar, chapéu e camisa de manga comprida

A exposição prolongada ao sol aumenta os riscos de câncer de pele não melanoma, que corresponde a 31,3% dos casos de cânceres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são diagnosticados por ano cerca de 200 mil novos casos deste tipo de câncer.

Mas isso não é motivo para pânico: a doença tem altas possiblidades de cura, caso seja diagnosticada logo no começo. Isso se faz observando alterações na pele, como pintas e manchas que aumentam ou mudam de cor e forma.

“O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. As células formam camadas e os tipos de câncer são definidos de acordo com a forma que essas células forem afetadas”, explica a dermatologista Flávia Villela.

“Se aparecer mancha elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, com mais de uma cor, crosta e que sangra com facilidade, ou pintas de cor preta ou castanha que mudam de cor, crescem e tomam forma irregular, ou feridas que não cicatrizam e continuam a crescer, pode ser o primeiro sinal de um câncer de pele e precisa ser investigado pelo dermatologista”, alerta Flávia Villela.

Para confirmar que se trata de um câncer de pele, é preciso realizar uma biópsia —exame laboratorial de uma amostra do tecido suspeito.

 

Tratamento do câncer de pele

O médico vai definir qual o tratamento mais adequado, de acordo com as características do câncer, que pode ser uma cirurgia para remoção do tumor ou, dependendo do estágio da doença, quimioterapia e radioterapia. Quando o câncer se espalha para outros órgãos, a chamada metástase, são usados novos medicamentos.

 

Como se prevenir do câncer de pele

O filtro solar continua sendo uma das maneiras mais eficazes de proteger a pele dos raios ultravioleta do sol.

O protetor solar deve ser de, no mínimo, 30 FPS (Fator de Proteção Solar), com proteção contra raios UVA e UVB e ser reaplicado a cada duas horas. O produto deve ser reaplicado após mergulhar no mar ou piscina, ou caso transpire muito, mesmo que a embalagem diga que o filtro solar é à prova d’água.

O filtro solar deve ser usado mesmo em dias nublados.

Não se pode esquecer de partes do corpo como orelha, mãos e pescoço.

O bloqueio físico (uso de chapéus, bonés, camisetas de manga longa) também são fundamentais, assim como óculos de sol com proteção UV.

Evitar a exposição prolongada ao sol entre 10 e 16 horas.

 

O que é câncer melanoma?

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais prevalente no Brasil: são diagnosticados cerca de 188 mil novos casos por ano. Destes 94% são do tipo câncer não melanoma.

O câncer de pele não melanoma corresponde a 27,1% do total de casos de câncer em homens e 29,5% em mulheres.

Mas qual a diferença entre câncer melanoma e câncer não melanoma?

 

Tipos de câncer de pele

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, existem três tipos de câncer de pele: o carcinoma basocelular (CBC), o carcinoma espinocelular (CEC) e o melanoma.

Os dois primeiros são responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Eles costumam surgir em áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, couro cabeludo, ombros e costas.

O carcinoma basocelular é caracterizado como uma pápula vermelha com uma crosta central, que sangra com facilidade. É o tipo mais comum, mas felizmente tem grande possibilidade de cura caso seja feito o diagnóstico precoce.

O carcinoma espinocelular tem como característica uma coloração avermelhada, com aparência de machucados que não cicatrizam e podem sangrar, ou ainda podem parecer verrugas. Além da exposição excessiva ao sol, está associado a alguns agentes químicos e radiação, por exemplo. Costuma afetar mais homens do que mulheres, afirma a Sociedade Brasileira de Dermatologia.

O câncer melanona é o mais raro (4% dos casos de câncer de pele) e letal. Ele caracteriza como uma pinta ou sinal na pele em tom castanho ou preto, e costuma aparecer em áreas de difícil visualização, mais comumente nas pernas em mulheres, no tronco e homens e pescoço e rosto em ambos.

Caso identificado logo, as chances de cura são de mais de 90%, pois a doença está presente apenas na parte superficial da pele. O problema é solucionado com uma remoção cirúrgica do local afetado.

Mas se o diagnóstico demorar para ser feito, as lesões podem ficar atingir outros órgãos, disseminando as células cancerígenas — metástase.