Variante Ômicron já chega a quatro continentes; Brasil investiga um caso
29/11/2021Estadão Conteúdo
País proibiu voos internacionais que tenham origem ou passagem por África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária identificou um caso positivo de covid-19 em um passageiro brasileiro com passagem pela África do Sul e que desembarcou no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, no sábado (27/11). Não há ainda a confirmação que o caso seja da variante Ômicron, já identificada em quatro continentes (Ásia, Europa, Oceania e África) e mais de dez países, que vem assustando cientistas e autoridades. Nesta segunda-feira começam a valer restrições brasileiras a viajantes, enquanto brasileiros na África do Sul buscam apoio consular para tentar voltar ao País.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, no domingo (28/11), que os cuidados com a Ômicron são os mesmos tomados com cepas anteriores e trata-se de “uma variante de preocupação” e não de uma “variante de desespero”. O ministro assegurou que as autoridades sanitárias brasileiras têm “todas as condições para assistir a população”. “A principal arma que nós temos para enfrentar essas situações é a nossa campanha de imunização”, disse Queiroga, durante transmissão em suas redes sociais. “E as autoridades sanitárias dos Estados e dos municípios, com o Ministério da Saúde, estão trabalhando para que tenhamos uma segurança cada vez maior.”
Na mesma transmissão, o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Sérgio Yoshimasa Okane, afirmou que o ministério está monitorando leitos para covid-19. Caso seja necessário, unidades que foram fechadas após a diminuição dos casos podem ser reabertas. “O ministério tem uma reserva estratégica (de medicamentos do chamado ‘kit intubação’), caso haja um aumento do número de pacientes que necessitem. Nós temos recursos, insumos para um eventual aumento do número de casos”, acrescentou.
Até o momento, casos da nova variante foram detectados em África do Sul, Reino Unido, Alemanha, Itália, Holanda, Dinamarca, Bélgica, Botsuana, Israel, Austrália e Hong Kong. A Áustria analisa um caso suspeito, enquanto o ministro da Saúde da França, Olivier Veran, admitiu que a cepa já deve estar em circulação no território.
Voos
Por um prazo inicial de 14 dias, o Brasil proibiu voos internacionais que tenham origem ou passagem por África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. A entrada de brasileiros, contudo, não está suspensa. Mas o viajante brasileiro procedente ou com passagem por esses países africanos nos últimos 14 dias antes do embarque, ao ingressar no território brasileiro, deverá permanecer em quarentena por 14 dias na cidade do seu destino final.
No domingo, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, disse que as restrições de viagens impostas aos países do sul da África são injustificadas e os países ricos deveriam ajudar na produção de vacinas. Uma força-tarefa está trabalhando para tornar o imunizante obrigatório na África do Sul para locais de trabalho e para frequentar lugares públicos. Ramaphosa disse que, por enquanto, o que se sabe é que essa variante tem mais mutações do que qualquer outra.