Novembro é o mês reservado para conscientizar sobre o câncer de próstata mas também é dedicado ao alerta sobre os riscos do câncer de pulmão. Os tumores no sistema respiratório (traqueia, brônquio e pulmão) são os que mais matam brasileiros — segundo o Instituto Nacional do Câncer, morrem 12 pessoas para cada grupo de 100 mil habitantes.
De cada 10 casos de câncer de pulmão, nove têm relação ao tabagismo. O fumante tem 20 vezes mais risco de ter a doença do que quem não possui o vício. No Brasil, morrem por ano cerca de 156 mil pessoas em decorrência de doenças relacionadas ao tabaco (média de 428 óbitos por dia). Segundo o Inca, 10% dos brasileiros acima de 18 anos fumam.
A oncologista Mariana Laloni, do Grupo Oncoclínicas, esclarece algumas dúvidas sobre o assunto:
O fumo aumenta o risco de câncer de pulmão?
Sim, em 20 vezes. 90% dos casos estão relacionados ao fumo.
Quais são os principais sintomas do câncer de pulmão?
A fase inicial da doença é silenciosa. Tose, dor no peito e falta de ar se manifestam quando o câncer está mais avançado.
Quais são os principais tipos de câncer de pulmão?
São dois carcinoma de pequenas células e o de não pequenas células (80 a 85% dos casos).
Como é o tratamento para câncer de pulmão?
Caso a doença esteja em seu estágio inicial e localizado apenas no pulmão, a indicação é de cirurgia ou radiocirurgia. Nos casos mais avançados, o tratamento é feito com combinação de quimioterapia e radioterapia, podendo incluir imunoterapia.
Além do câncer de pulmão, o tabagismo aumenta o risco de outros tipos de câncer?
Sim. Câncer de cabeça e pescoço, boca, laringe, faringe e bexiga.
Quais são os principais elementos cancerígenos dos cigarros convencionais?
São mais de cem tipos de substâncias cancerígenas. As principais são: nicotina (a mais letal), monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína e alcatrão.
O cigarro eletrônico também aumenta o risco de câncer de pulmão?
Sim, pois vaporiza um líquido com grande quantidade de nicotina.
Tratamento inclui radioterapia e imunoterapia
Com o avanço da ciência, as diferentes maneiras de tratar o câncer foram se transformando ao longo dos anos. No caso das neoplasias de pulmão, as alternativas terapêuticas têm sido indicadas para o enfrentamento da doença, como é o caso da radioterapia isolada. "A indicação depende principalmente do estadiamento, tipo, tamanho e localização do tumor, além do estado geral do paciente", diz Mariana Laloni.
A imunoterapia exerce um papel importante para o enfrentamento do câncer de pulmão. A partir do reconhecimento do tumor pelo organismo, e que com o passar do tempo ele irá se "disfarçar" para não ser reconhecido e crescer, a técnica consiste em fazer com que o corpo ative uma espécie de chave, religando a resposta imunológica para agir contra o problema.
"Embora o sistema imune esteja apto a prevenir ou desacelerar o crescimento do câncer, as células cancerígenas sempre dão um jeitinho de driblá-lo e, assim, evitar que sejam destruídas. O papel da imunoterapia é justamente ajudar os ‘soldados’ de defesa do organismo a agir com mais recursos contra o câncer, produzindo uma espécie de super estímulo para que o corpo produza mais células imunes e assim a identificação das células cancerígenas seja facilitada – devolvendo ao corpo a capacidade de combater a doença de maneira efetiva", explica a especialista. Entretanto, é fundamental alertar que antes de remediar, o câncer de pulmão deve ser prevenido. Para Mariana Laloni a melhor alternativa é sempre parar de fumar.
Deixe um comentário