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Surdez também é um problema de gente jovem

17/11/2018
Surdez também é um problema de gente jovem | Jornal da Orla

Estima-se que no Brasil cerca de 10 milhões de pessoas possuam algum tipo de deficiência auditiva, e, de acordo com o IBGE, a cada mil recém-nascidos, três já nascem com surdez. Já outros 28 milhões de brasileiros convivem com zumbido – sintoma que anuncia o risco de perder a audição. E esta é uma estatística que tende a piorar, pois cada vez mais pessoas estão apresentando perda auditiva e zumbido em conseqüência do uso em excesso de fones de ouvido.

 

O hábito tem aumentado o índice de zumbido em jovens, como revela o estudo “Prevalência e causas de zumbido em adolescentes de classe média/alta”, realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Testes auditivos aplicados entre os pesquisados mostraram que 28,8% deles sentiram zumbido em níveis comparados aos de adultos. O mais alarmante é que esses jovens disseram não se incomodar com o ruído e, por conta disso, não relataram o problema a seus pais, nem procuraram ajuda médica.

 

Tempo e volume

O problema relacionado ao uso de fones de ouvidos está ligado ao volume e ao tempo diário em contato com o som. “A exposição ao som intenso e frequente acima de 85 decibéis pode provocar danos irreversíveis à audição e os jovens poderão começar a sofrer perda de audição muito cedo, entre 30 e 40 anos”, enfatiza a fonoaudióloga Isabela Carvalho, da Telex Soluções Auditivas.

 

Zumbido é sinal de alerta

De acordo com a fonoaudióloga, sintomas como zumbido e sensação de ouvido tampado normalmente surgem antes da dificuldade em escutar. No estágio inicial a pessoa também começa a ter dificuldade em compreender o que outras pessoas falam, em especial em ambientes ruidosos.

 

“A perda auditiva tem efeito cumulativo, vai se agravando ao longo do tempo. Dependendo da frequência, do tempo de exposição ao som elevado e da predisposição genética, o indivíduo pode sofrer danos auditivos cada vez mais severos, de forma contínua e elevada ao longo da vida”, explica Isabela, que é especialista em audiologia.

 

Quanto antes perceber, melhor

Quanto antes for detectado o problema, maiores as possibilidades de soluções, como o do zumbido. Já a perda auditiva, se causada pela exposição a sons intensos, é irreversível e não curável. “Recomendo a todos que usam fones de ouvido que façam uma avaliação chamada audiometria. É o exame que revela se o paciente já tem perda auditiva e como deve proceder, a partir daí, para evitar o agravamento do problema”, aconselha a fonoaudióloga.

 

Há tratamento para melhorar a qualidade da saúde auditiva, como o uso de aparelhos de audição. Por isso, a importância de consultar o especialista para identificar possíveis patologias e indicar os tratamentos. 

 

Dicas para uso seguro

Para evitar a perda auditiva por ouvir som alto, uma das sugestões de Isabela Carvalho é não utilizar fones de ouvido para compensar o ruído externo, afastar-se da fonte sonora por alguns períodos para permitir descansos auditivos, evitar ficar muito próximo às caixas de som e utilizar algum tipo de proteção auditiva.