Em meio a uma crise financeira, com cerca de 12,3 milhões de desempregados, ter dívidas não é um problema restrito a quem está sem trabalho. A Fundação Procon (órgão de defesa do consumidor) estima que 55% das famílias brasileiras estão nesta situação.
Além da perda do emprego e da queda dos rendimentos, outro fator que leva as pessoas às dividas é comportamental: querem ter um padrão de vida maior do que seus ganhos podem financiar, o que leva à formação de uma gigantesca e desenfreada bola de neve. São os superendividados, que comprometem 30% ou mais de suas finanças com o pagamento de dívidas, sem contar despesas com água, luz, telefone, aluguel, alimentação, transporte, vestuário e recreação.
O Procon aponta alguns “gatilhos”, que levam ao superendividamento: o crédito fácil; propaganda enganosa e abusiva; falta de informação; realização de empréstimos a juros altos para saldar outras dívidas.
Apoio aos superendividados
Santos conta com o Programa de Apoio aos Superendividados (PAS), ligado ao Procon. Podem participar do programa: moradores de Santos, maiores de idade, com qualquer rendimento e que não tenham capacidade econômica de saldar seus compromissos financeiros.
Pare de fumar e ganhe R$ 1 milhão
Além de fazer bem para a saúde, parar de fumar é saudável também para as finanças pessoais. O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, fez a contas: se largar o vício, a pessoa que fuma um maço por dia vai poupar mais de R$ 1 milhão em 30 anos. “A conta é simples: se um maço custa em torno de R$ 8, um fumante que consome um maço de cigarro por dia gastará a mais, por mês, R$ 240. Se investir na caderneta de poupança, que oferece um rendimento bastante modesto, terá R$ 1.028.274,92”, revela ele, que é presidente da DSOP Educação Financeira.
Em legítima defesa
Pequenos gastos do dia a dia, dívidas de longo prazo, como financiamento de carro e imóvel, cartão de crédito e o empréstimo consignado são alguns dos vilões quando o assunto é dívida. Esses gastos devem entrar no planejamento familiar, principalmente em tempos difíceis como o que vivemos. Confira algumas dicas:
1- Desemprego e Dívidas – Caso perca o emprego, qual deve ser a primeira ação? Se estiver endividado, por mais que pareça correto querer quitar com o dinheiro do fundo de garantia, isso pode ser um erro, pois estará sob o risco de ficar sem receitas para cobrir as despesas do dia a dia (contas de consumo, alimentação etc).
2- Crie uma reserva emergencial – Tente guardar dinheiro para as despesas futuras. No caso dos desempregados, esse fundo pode ser usado também para investir também em cursos e retomar a carreira. Neste caso, a primeira medida a ser tomada é reter os valores ganhos de fundo de garantia, seguro desemprego e férias vencidas. Esse dinheiro só deverá ser mexido após estabelecer uma estratégia.
3- Analise sua realidade – Faça um levantamento de todos os gastos mensais, minuciosamente, desde cafezinho até parcela da casa própria (ou aluguel). Nada deve passar despercebido. Some também as parcelas de compras a prazo.
4- Faça uma faxina financeira – Corte os gastos que não são essenciais para sua vida, como TV a cabo, planos de telefonia celular e dados, balada, refeições fora de casa. Fique atento ao desperdício no consumo de água e energia elétrica. Cartões de crédito, cheque especial, cartão de lojas e outras ferramentas de crédito fácil também devem ser momentaneamente esquecidos de sua vida. Priorize o que é realmente é fundamental nesse período. Se for usar cartão de crédito, seja criterioso e pague o valor total da fatura.
5- Negocie as dívidas – Procure credores e seja o mais franco possível, mostre que não quer se tornar inadimplente, mas que também não possui condições de pagamento, buscando assim diminuir os juros e esticar o prazo para pagamento. Priorize negociar as dívidas com juros mais altos ou com bens de valor como garantia.
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