*Agência Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comanda a sessão de julgamento do impeachment da presidenta afastada, Dilma Rousseff acatou uma questão de ordem para que o impeachment e a perda dos direitos políticos sejam votados em separado. O requerimento da defesa da presidenta Dilma Rousseff foi apresentado nesta quarta-feira (31) pelo senador Vicentinho Alves (PT-TO).
“Já afirmei mais de uma vez que o presidente do STF não está aqui para exercer a função de juiz Constitucional. Não me cabe interpretar a Constituição Federal que é atribuição exclusiva deste plenário. Neste caso, este presidente tem suas atribuições limitadas a solução de questões procedimentais e regimentais. Em nenhum momento poderá usurpar as competências do STF e do plenário deste Senado, que é soberano para decidir sobre a interpretação de qualquer dispositivos constitucional”, afirmou Vicentinho.
Lewandowski ressaltou, no entanto, que a palavra final sobre o assunto será dos senadores que são soberanos nessa questão. “O destaque pretendido para ser votado em separado não prejudica a compreensão do que permanece no quesito. A retirada do trecho para ser votado em separado, ao meu ver, não trará prejuízo nem à acusação e nem à defesa, porquanto, mantém integra as decisões do plenário”, justificou.
Discussão
Antes da decisão, o pedido foi contraditado por vários senadores como o líder tucano, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que pediu o indeferimento da questão sob o argumento de que o “pleito estava precluso”. “Mesmo que pudéssemos acolher o requerimento, seria inócuo, porque sua Excelência presidente Dilma Rousseff estaria enquadrada na lei da Ficha Limpa”, afirmou. “Portanto requeiro à vossa Excelência o indeferimento”, pediu Cássio.
Em resposta, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que “não estão tratando de matéria constitucional”, mas do direito ao destaque da matéria. “O que nós estamos tratando é de uma resolução”, disse. “Na fase de pronúncia, os parlamentares aqui investidos dessa função jurisdicional puderam apreciar destacadamente cada uma das acusações formuladas. Se assim foi possível na fase de pronúncia, por que não seria nessa fase final?”, insistiu.
Polêmica
Mesmo após a decisão dividir a votação, Lewandowski continuou a discussão para “esgotar o tema”. “As portas do Supremo Tribunal Federal estão abertas, há vários ministros de plantão. Nós temos que terminar esse julgamento o mais rápido possível. É prudente que demos ao regimento a interpretação mais estrita possível para evitarmos neste momento qualquer questionamento judicial”, afirmou Lewandowski.
O presidente do STF afirmou que espera que o julgamento esteja “definitivamente encerrado, sobretudo do ponto de vista regimental” quando a sessão acabar. “Espero no mais tardar dentro de uma hora”, afimou.
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