Meio Ambiente

Piloto sobrevoará o Rio Doce captando imagens 10 meses após desastre de Mariana

18/08/2016
Piloto sobrevoará o Rio Doce captando imagens 10 meses após desastre de Mariana | Jornal da Orla
Dez meses após o maior desastre ambiental da história do Brasil, o piloto de paramotor e ambientalista Lu Marini irá ver do alto a atual situação das regiões atingida pelo mar de lama que destruiu cidades e famílias.  
 
A expedição “Rastreando o Rio Doce” tem como missão relatar a situação do Rio Doce, mostrar o cenário da natureza no entorno, assim como registrar imagens inéditas e histórias de quem perdeu tudo e teve que recomeçar a vida.
 
Durante a expedição, um mapeamento será feito através dos voos, registrando importantes detalhes sobre a tragédia em toda a extensão do Rio Doce, além de entrevistar ribeirinhos, pescadores e pessoas que ainda hoje estão sofrendo, passados quase um ano do desastre. 
 
“Essa expedição será emocionante e desafiadora. Estarei frente a frente a maior tragédia mundial da mineração. Quero contar detalhes da história dos moradores e como estão vivendo atualmente. Espero encontrar no caminho pessoas que, de alguma forma, conseguiram dar a volta por cima e hoje, apesar dos problemas, voltaram a sorrir e a ter esperança de dias melhores”, comenta Lu Marini.
 
O piloto e sua equipe, formada por seis profissionais, partem para a região de Mariana/MG no dia 29 de agosto, e se prepararam para dar início a expedição que irá passar por mais de 220 municípios, encerrando-se na foz do rio em Regência/ES, após aproximadamente 23 dias.
 
A expedição resultará em um documentário e um livro, que serão lançados em abril de 2017, quando acontecem as comemorações pelo aniversário do Rio Doce.
 
O desastre
Em 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão na cidade de Mariana/MG fez com que uma enorme onda de lama, com mais de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, atingisse mais 40 cidades no entorno do Rio Doce. O desastre resultou no sumiço de algumas cidades, como Bento Rodrigues, que foi completamente devastada, deixou 19 mortos, 1 desaparecido e 1.500 hectares de matas próximas a rios devastadas.
 
Com cerca de 850 km de extensão, seu curso representa a mais importante bacia hidrográfica totalmente incluída na Região Sudeste. Suas nascentes estão localizadas na Serra da Mantiqueira, no encontro do Rio Piranga com o Rio do Carmo.