O médico veterinário Eduardo Ribeiro Filetti alerta para o número de casos de leishmaniose, uma doença que infecta animais e seres humanos e que pode levar à morte. “Contabilizamos cerca de 50 casos na Baixada Santista. Não é um número de casos que qualifique como epidemia, mas é importante ficarmos atentos”, afirma.
Filetti, que é pós-graduado em Saúde Pública e professor universitário, explica que os cães são considerados reservatórios da Leishmaniose e fonte de infecção para o vetor (inseto). “A doença não passa de cão para cão, nem de cão para pessoa, somente pela picada do mosquito transmissor infectado”, esclarece.
Assim, é fundamental combater o inseto, da subfamília Phlebotominae. “Quem mora em área de mata devem usar repelentes e roupas de manga comprida – o mesmo vale para quem for fazer trilhas. Já os cães devem usar coleiras com repelente, ficar em áreas teladas e, se possível, serem vacinados contra o problema”, recomenda. “Importante esclarecer que a doença é qualificada como infecciosa, mas não é contagiosa. Não passa pelo toque, somente e exclusivamente pelo mosquito transmissor”, completa.
ANIMAIS E HUMANOS
Os sintomas demoram de dois a três anos para aparecer no animal e incluem pele e mucosas com feridas, queda de pelos da orelha e em volta do nariz, emagrecimento e crescimento exagerado da unha. Os órgãos internos como fígado, baço e pulmão, são afetados. Já em humanos os sintomas são febre intermitente por semanas, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramento na boca e nos intestinos. “Quem apresentar os sintomas deve sempre procurar o médico de sua confiança”, orienta Filetti.
PREVENÇÃO E CONTROLE
Segundo ele, o poder público tem feito sua parte, realizando exames e criando uma Comissão de Investigação, Prevenção e Controle da Leishmaniose, além de promover a capacitação periódica de agentes de controle de endemias e demais profissionais de saúde da rede municipal.
“Cabe à população também agir nesse sentido, realizando exames e, principalmente, dando atenção aos nossos animais, colocando coleira repelente e mantendo-os em locais telados em caso que se confirme a doença. Ela não tem cura, mas quanto antes identificada, o controle e o tratamento da doença ficam mais fáceis”.
LEIA TAMBÉM