Santos

Três meses sem resposta sobre a morte do menino Ryan

08/02/2025 Paulo Rogerio
Fernando Yokota/Jornal da Orla

Familiares e amigos do menino Ryan da Silva Andrade Santos reuniram-se para um protesto em frente ao 1º Distrito Policial, no Centro de Santos, na tarde desta sexta-feira (7), para cobrar mais agilidade e clareza no andamento das investigações que apuram as circunstâncias que provocaram a morte da criança.

Ryan morreu na noite de 5 de novembro de 2024, vítima de um tiro quando brincava na frente de casa, no Morro São Bento e um confronto entre policiais e bandidos teve início. Ryan foi atingido por uma bala perdida em seu abdômen.

A organização do protesto ficou a cargo da mãe de Ryan, Beatriz da Silva Rosa. De acordo com a merendeira, a família não recebeu, três meses após a morte de Ryan, uma resposta concreta a respeito. “O laudo que eu preciso, que é o laudo da bala que ficou alojada dentro do Ryan, esse não saiu. E é desse laudo que eu preciso para provar quem matou meu filho. A gente tem que fazer essa passeata na frente da delegacia, porque é de lá que vêm as respostas que a gente precisa. Fez três meses, né? E não tenho nada de resposta”.

Segundo o laudo balístico, o disparo que acertou Ryan saiu de uma espingarda calibre 12, que estava em posse dos policiais. Gregory Ribeiro Vasconcelos, de 17 anos, também morreu na ocasião. Uma mulher de 24 anos também foi atingida acidentalmente de raspão, mas não se feriu com gravidade.

A Polícia Militar declarou, na época, que três motos da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) patrulhavam na região do Morro São Bento quando perceberam uma movimentação estranha de dois homens que estavam em um automóvel. Eles teriam se unido a outros oito homens e começaram a atirar contra os policiais.

Uma viatura de reforço da PM chegou ao local e o confronto continuou.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o caso está sob segredo de Justiça e é responsabilidade da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic). As mortes foram investigadas pela Polícia Militar e o relatório foi entregue à Justiça Militar. Ainda segundo o órgão, os policiais envolvidos na ocorrência permanecem afastados das atividades operacionais.

Em 9 de fevereiro de 2024, Leonel Andrade Santos, pai de Ryan, foi morto com tiro de fuzil no Morro São Bento durante a Operação Verão realizada em toda a Baixada Santista, deixando 56 pessoas mortas.