
O preconceito etário nas empresas vem sendo praticado cada dia mais cedo. Hoje, profissionais a partir dos 40 anos recebem sinais de que seus dias estão contados e seus empregos serão ocupados por pessoas mais jovens. Na contramão desse comportamento, consultorias internacionais, dedicadas a avaliar as perspectivas atuais e futuras do mercado de trabalho, alertam as empresas para a inversão da pirâmide demográfica que já está ocorrendo em todo mundo.
A mão de obra, gradativamente, está se tornando mais madura, em decorrência da baixa natalidade e da elevação da expectativa de vida.
Mas, enquanto as organizações não despertam para essa realidade, startups criam opções criativas para que profissionais mais velhos possam retornar ao mercado, através de mecanismos da era digital.
TALENTO SÊNIOR
Uma delas é a Talento Sênior (talentosenior.com.br), criada em 2021. É uma empresa TaaS (Talent as a Service), que promove de forma pioneira a trabalhabilidade de profissionais 45+, não como empregados, mas como especialistas de áreas específicas. Os clientes são, em sua maioria, pequenas e médias empresas que não podem arcar com altos salários, em regime de trabalho em tempo integral, dessas pessoas, mas podem pagar valores justos por alcançar resultados, que podem ser cruciais para o sucesso do negócio.
Juliana Ramalho é uma das fundadoras da Talento Sênior, empresa que ganhou enorme destaque na mídia nos últimos anos. É referência na área e foi finalista do Prêmio Internacional da Mapfre Seguros. Ela é fã do modelo e destaca porque os sêniores devem explorar outras formas de contratação: “Explorar novos formatos de contratação, como trabalho em período parcial, projetos e mentorias, abre novas oportunidades e permite que compartilhem seu conhecimento e experiência com diferentes empresas e setores. O TaaS, ou talento sob demanda, é um modelo promissor para esses profissionais que usam o talento como um serviço. As reuniões de contratação que presenciamos são diferentes de entrevistas de emprego: focam no problema a ser resolvido pela empresa e que o sênior pode resolver, e não no currículo do profissional, muito menos no seu plano de carreira. É um ganha-ganha para todos os envolvidos”.
ESTIMULAR O OLHAR
Com o objetivo de estimular o olhar para novas formas de trabalho, aprendizagem e interação entre os profissionais, a empresa lançou em 2024, o Hub Sênior para Sênior (se-niorparasenior.com.br/), uma plataforma de comunidade digital, colaborativa e com curadoria, que visa impulsionar pessoal e profissionalmente pessoas 45+, para gerar negócios, compartilhar conteúdos, ampliar e fortalecer relacionamentos. Para se integrar à comunidade basta fazer uma assinatura, PF ou PJ, para participar de uma agenda de atividades sob medida, que inclui cursos, palestras, oficinas, mentorias e eventos. Quem lidera a iniciativa é Rachel Andrade, que explica como esse novo modelo pode ajudar na geração de trabalho e renda para os maduros: ““O Hub Sênior para Sênior veio para integrar os grupos de profissionais sêniores cadastrados, criando uma rede sólida de apoio e oportunidades. A novidade vem para expandir essa conexão, oferecendo uma plataforma dedicada ao net-working estruturado e à facilitação de negócios”,
Estão aí dois exemplos de como a tecnologia pode se tornar aliada do trabalhador experiente. As transformações impostas pelo século 21 exigem soluções criativas. Com a consolidação da inteligência artificial como ativo de produtividade, profissionais de qualquer idade devem estar sintonizados com as demandas da nova era, seja para encontrar uma vaga de emprego, seja para desempenhar uma função, que irá exigir – certamente – a adoção de alguma tecnologia.
Seis gerações
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras fontes demográficas, pela primeira vez na história, seis gerações coexistem no planeta num mesmo século. Para quem duvida, aqui estão:
1. Geração Silenciosa (1928 e 1945); 2. Baby Boomers (1946 e 1964); 3. Geração X (1965 e 1980); 4. Millennials – Geração Y (1981 e 1996); 5. Geração Z (1997 e 2012) e 6. Geração Alpha (nascidos a partir de 2013).
A coexistência de seis gerações, portanto, é amplamente reconhecida. Esse fenômeno reflete avanços na medicina, nutrição e qualidade de vida, que permitem que pessoas vivam mais e em melhores condições.
A população de Santos, certamente, está nessa fotografia. E acrescento um fato curioso e talvez inédito no país: a cidade tem quatro ex-prefeitos vivos e ativos e um prefeito 50+ em segundo mandato. São eles: Paulo Alexandre Barbosa, 46 anos; Rogério Santos (Prefeito), 58 anos; João Paulo Tavares Papa, 66 anos; Beto Mansur, 73 anos e Telma de Souza, 80 anos.
Entrevistei 3 deles para Orla Play e todos foram enfáticos em afirmar que a vida segue. Os desafios que se apresentam devem ser superados. Telma de Souza acaba de lançar um instituto de políticas públicas que leva seu nome. Beto Mansur tornou-se empreendedor nas áreas de mídia e agronegócio. João Paulo Papa, ex-deputado federal, é assessor da Diretoria da Sabesp.
Agora, queremos conhecer a percepção do Prefeito Rogério Santos e do ex-prefeito e deputado federal Paulo Alexandre Barbosa, sobre a longevidade. Como, cada um em seu território de trabalho, pode contribuir para tornar o envelhecimento da população da região mais saudável, produtivo e feliz. #Vamojunto!
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