Economia

Secretário diz que ZPEs são um dos pilares para o desenvolvimento econômico

06/05/2025 Mariana Nerome
Fernando Yokota

Em visita a Cubatão, a convite do Grupo Brasil Export, o secretário de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, Jorge Lima, apresentou, na manhã de ontem (05), no auditório do Senai, os pilares de sua pasta para o Estado.

Antes, Lima foi recebido pelo prefeito, César Nascimento (PSD) e pelo secretário de Indústria, Porto, Emprego e Empreendedorismo, Fabrício Lopes. O CEO Fabrício Julião esteve presente ao lado de diretores da Rede Be News, do Jornal da Orla e integrantes do Grupo.

Uma das bases da secretaria seria a criação urgente de Zonas de Processamentos de Exportação (ZPEs) – que são áreas desenvolvidas para que empresas fabriquem produtos com foco na exportação.“Essa possível ZPE seria fundamental para o desenvolvimento da Baixada Santista. Precisamos agilizar este processo junto ao Governo Federal, o principal responsável pelo aval e criação deste tipo de área. Neste momento, só dependemos deles”, afirmou Lima.

O Brasil já possui diversas ZPEs entre ativas e em fase de implementação. Um exemplo é a de Pecém (CE) e Parnaíba (PI). A primeira, tendo o minério de ferro como principal carga movimentada e a ZPE de Parnaíba com projetos de fábricas de féculas e amidos vegetais. O objetivo vai além de incentivar as exportações do país: ajuda a economia local a crescer e diminui as desigualdades entre as regiões.

O secretário estadual Jorge Lima afirmou que o processo de viabilização de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em Cubatão envolve esforços do governo federal, estadual e municipal. Segundo Lima, a prefeitura de Cubatão atua como líder natural na articulação, em razão da importância estratégica do polo industrial e do Porto de Santos para o Brasil.

DIÁLOGO FORTALECIDO

Para o secretário municipal de Cubatão, Fabrício Lopes, a visita do secretário estadual fortalece o diálogo com o poder público e representantes empresariais na região. Segundo ele, a cidade possui um polo industrial extremamente expressivo e há áreas sob responsabilidade da iniciativa privada que podem ser utilizadas em futuras operações. Lopes também destacou que a criação de uma Zona de Processamento de Exportação depende de legislação federal e da coordenação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), sob comando do vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin.

“A ZPE antigamente só tinha uma cidade ‘elegível’ na região: o município de Santos. Ela tem um raio de abrangência de 30 quilômetros. Então, nossa cidade, assim como Guarujá, e São Vicente, seriam beneficiadas. Hoje, o ponto central pode facilmente ser Cubatão. Mas, claro, para que o um projeto como esse avance é preciso que as cidades estejam unidas para terem força de negociação com o Governo Federal”, ressaltou Lopes.

BARATEAR CUSTOS

Durante a palestra que contou com a presença de autoridades e empresários locais, Jorge Lima também discorreu sobre mais dois pilares que, na sua visão, são fundamentais para o crescimento regional: o fortalecimento de “Rotas Turísticas” e o desenvolvimento da chamada “Economia de até 50 Quilômetros” – um programa cujo objetivo é baratear produtos e insumos industriais, uma vez que o comércio seria feito num raio de até 50 km.

De acordo com o secretário estadual, que tem feito diversas visitas às cidades do interior paulista, esse é um método utilizado em diversos países, com muito sucesso. “No Japão, onde morei, a questão industrial se resolveu de maneira muito positiva, usando os 50 km. No pós-guerra, o Japão era um país que teve que se reinventar com técnica, uma vez que o dinheiro foi direcionado mais para a reconstrução da Europa; essa é uma forma de agilizar e, sobretudo, baratear custos”, destacou.

O secretário citou que muitas empresas dos Estados Unidos não compram quase nada fora desse raio de 50 quilômetros. “É uma visão inteligente de operação. Ter num raio de 50 quilômetros uma pessoa produzindo para você, faz com que se ganhe em logística, ganha em ‘just in time’ (JIT – processo de produção que evita excesso de estoque e desperdícios) e agiganta o desenvolvimento regional”.
Lima enfatizou que para que tudo isso funcione é necessário que a cidade e os empresários abram portas. “Nós estamos fazendo uma série de projetos como esse em outras regiões. “Por exemplo, se a Usiminas (siderúrgica brasileira, líder na produção e comercialização de aços planos) que atua no polo industrial quiser usar essa possibilidade para cortar custos, precisamos sentar com a empresa e a municipalidade para fazer os ajustes. A secretaria se dispõe a fazer todos os estudos”.

BRASIL EXPORT

Para Lima, a iniciativa de promover o diálogo e a integração da sociedade e o poder público para gerar soluções, como fez o Brasil Export, é fundamental, pois é um Grupo que está ajudando a pensar a estratégia para a região e para o país. “Conheço o trabalho do CEO Fabrício Julião há muito tempo. É um dos empresários que pensam na ampliação da integração da iniciativa privada junto às diversas esferas governamentais, com propósito de alcançar o desenvolvimento sustentável, observando sempre o que há de mais moderno no Mundo”, destacou, Jorge Lima.