É comum reclamarmos do sofrimento ou das dores que nos atingem.
Porém, por vezes, tais condições são provocadas por nós mesmos.
Reagimos muito mal a fatos insignificantes e levamos as coisas para o lado pessoal.
Isso nos provoca irritação no dia a dia, que pode se acumular, chegando a representar uma importante fonte de sofrimento.
Conta-se que dois amigos foram a um restaurante para jantar. Eles não tinham nada importante para fazer em seguida.
Podiam comer com calma, conversar, demorar-se o quanto desejassem. Nenhum compromisso os aguardava. A noite poderia ser encerrada a hora que desejassem.
Com esse espírito é que fizeram seu pedido e esperaram que os pratos solicitados chegassem.
O serviço do restaurante acabou por se revelar extremamente lento. Um deles começou a reclamar.
Reclamou da demora em chegarem à mesa os seus pedidos. Depois reclamou da comida, da louça, dos talheres e de todos os detalhes que descobriu não lhe agradarem.
Ao final da refeição, o garçom chegou e ofereceu duas sobremesas, a título de cortesia.
–É como um pedido de desculpas pela demora do serviço. – Explicou, gentil.
–Estamos com falta de pessoal, hoje. Houve um falecimento na família de um dos cozinheiros, e ele não veio trabalhar. Além disso, um dos auxiliares avisou que estava doente, na última hora. Espero que a demora não lhes tenha causado nenhum aborrecimento.
Enquanto o garçom se afastava, o amigo ainda resmungando, deixou escapar o seu descontentamento:
–Nunca mais vou voltar neste restaurante.
Este é um pequeno exemplo de como contribuímos para nosso próprio sofrimento.
Levando a questão para o lado pessoal, como se tudo fosse feito de propósito contra nós; imaginando que as pessoas e o mundo giram em torno de nós, nos tornamos infelizes.
Importante termos sensibilidade para perceber o entorno, dificuldades que se apresentam, à revelia mesmo de quem deva nos atender, nos servir.
Essa refeição, com certeza, foi desagradável por causa da irritação, podendo até fazer muito mal.
Além, é claro, do aborrecimento, do desconforto, ante tanta reclamação. E tudo podia ter sido resolvido com um pouco de paciência e tolerância.
Como nenhum compromisso os aguardasse, poderiam ter usufruído daquele tempo para conversar um pouco mais.
Afinal, com a vida tão corrida, uma oportunidade dessas, deveria ter sido muito bem aproveitada.
[com base em texto de Dalai Lama e na Red. do Momento Espírita]
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