A onda de violência é cada vez maior no país e o brasileiro, que paga impostos abusivos, sente-se cada vez mais indefeso diante de um Estado que é sábio para cobrar, mas uma verdadeira mula quando se trata de oferecer respostas aos anseios da sociedade. Estamos à beira da barbárie e o país corre sério risco de pagar mico internacional durante a Copa do Mundo.
Quantos turistas serão alvos da bandidagem ou vão sofrer algum tipo de violência durante o período de jogos só Deus sabe, mas, dependendo do número de casos, o Brasil certamente ganhará manchetes desabonadoras nos principais veículos de comunicação do planeta.
O fato é que o cidadão de bem, quando sai de casa para o trabalho coloca sua vida nas mãos de Deus. A violência é grande e tende a crescer diante da omissão do Estado. E não é apenas a lei da maioridade penal, que garante impunidade a menores delinqüentes, mas a própria lentidão da Justiça que também estimula a ação de marginais, principalmente os chamados bandidos de colarinho branco.
Um caso marcante da inoperância da Justiça brasileira foi registrado durante a semana, quando o Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte do país, absolveu do crime de desvio de dinheiro público o senador e ex-presidente cassado Fernando Collor de Mello. Os ministros, por maioria de votos, entenderam que faltaram provas consistentes para condenar Collor. O mais grave, no entanto, é que o ex-presidente sequer chegou a ser julgado por outros dois crimes, falsidade ideológica e corrupção passiva. Ambos estavam prescritos pela legislação brasileira.
Uma frase do ministro Luis Roberto Barroso é emblemática. Para o ministro, “punir alguém em 2014 por fatos ocorridos em 1991 é quase como punir outra pessoa”. O que devemos questionar é por que a Justiça brasileira leva mais de 20 anos para julgar um político acusado de crimes tão graves contra o país?
Diferentemente da Justiça brasileira, a Suprema Corte de Nova York condenou o ex-prefeito de São Paulo por supostos crimes de desvio de dinheiro público, fatos que teriam ocorrido entre 1993 e 1996 quando ele era prefeito de São Paulo. São US$ 11 milhões que estão em uma conta nos Estados Unidos, dinheiro que Maluf afirma não ser dele. Condenado, no entanto, o atual deputado não pode pisar em solo americano sem o risco de ser preso.
Ainda bem que os juízes de Nova York não pensam como o ministro Barroso. Vai ver é por isso que os norte-americanos sofrem tanto com a violência e os brasileiros vivem no paraíso. Ah, essa impunidade nos EUA…
Deixe um comentário