A Secretaria da Educação de São Vicente apresentou na última terça-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, o Protocolo Antirracista, conjunto de ações que visam prevenir, conscientizar e atender vítimas de racismo no ambiente escolar.
O anúncio foi feito durante evento do Programa Somos Todas as Cores (Procor), realizado nas escolas Mário Covas Jr e Duque de Caxias (Jardim Guaçu). “Trata-se de um guia sobre como proceder nessas situações, além de oferecer sugestões de leitura, podcasts e filmes que falam sobre o tema, visando a conscientização”, detalhou a liderança pedagógica da Seduc, Michele Paraguai.
A docente também explicou como proceder em caso de o aluno sofrer ou presenciar situações de racismo. “Nesses casos, a equipe gestora deve ser comunicada sobre o ocorrido, e a direção vai acionar via on-line a supervisão de ensino para que as providências sejam tomadas pela Seduc”, completou Michelle, pedindo aos estudantes que também levem essa informação para as suas casas.
Durante palestra, o membro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), Felipe Galvão, explicou que o racismo no Brasil se perpetua até os dias atuais por meio de ‘piadas’ e ‘brincadeiras’ que buscam desqualificar uma pessoa por conta da cor da pele. “O praticante de racismo aponta defeitos e ri do nariz e do cabelo, como se isso fosse engraçado. Embora diferente do bullying, são duas práticas que precisamos denunciar e abolir. Por isso repetimos sempre a frase da (ativista, filósofa e feminista) Angela Davis, de que ‘não basta não ser racista, é preciso ser antirracista’”.
A secretária da Educação, Nívea Marsili, também se manifestou sobre o tema, destacando que todos devem se envolver no combate ao racismo. “Sou uma mulher branca, de classe média. Eu não sei o que é a dor de sofrer o racismo, mas ontem assisti a uma peça (Martinho Coração de Rei – o Musical) em que uma personagem se dirige a um homem branco e diz que ele não precisa falar da dor, mas pode ser um aliado”.
Além da explicação sobre o novo documento de combate ao racismo que passa a ser adotado em toda a rede municipal de ensino, os alunos acompanharam uma vasta programação nas duas escolas.
Na UE Mário Covas, houve apresentação da quadrilha junina da UE Antônio Pacífico (Jóquei Clube), que levou para a quadra o tema racismo; performance de grupo de dança coordenado pela professora de educação física Luana Barbosa; leitura de poema autoral da aluna Vitória Ferreira; desfile de moda, e exposição de cartazes com negros que se destacam no Brasil e no Mundo.
Decorada com adinkras (símbolos gráficos que representam valores morais, eventos históricos e as qualidades dos heróis da cultura ancestral), a UE Duque de Caxias distribuiu folders informativos, promoveu atividade com provérbios africanos, realizou palestra e apresentou personalidades negras do Brasil e do mundo.