Uma grande festa reuniu representantes de religiões de matrizes africanas e seus praticantes, na Praça Luiz La Scala, Ponta da Praia, durante a 25ª edição da Procissão de Iemanjá. Desde o meio-dia de ontem, milhares de pessoas celebraram a ‘rainha do mar’, com ritos tradicionais e extensa programação cultural.

“Hoje (ontem) é um dia de reverência à Iemanjá, mas também de reflexão sobre a união entre as religiões. Afinal, nossa festa reúne pessoas de todas as vertentes religiosas”, comentou o babalorixá Marcelo de Ologunédé, coordenador da Casa de Culto Afro-Brasileiro Ilê Asé Sobo Oba Àrirá, parceria da Secretaria de Cultura (Secult) no evento.

Além das atrações no palco montado na faixa de areia, o público pôde saborear comidas tradicionais. No final da tarde, sob chuva, a imagem de Iemanjá seguiu em procissão terrestre rumo à Ponte Edgar Perdigão, para parte marítima do evento. Em razão das condições climáticas, somente uma escuna – onde estavam a imagem e o presente à rainha do mar -, pôde cumprir esta parte da programação.

Devoção

Ao longo da tarde, pedidos e, acima de tudo, muita gratidão eram expressados em orações singelas, durante as oferendas no mar da Ponta da Praia. Vinda da capital, a advogada Fernanda Pinheiro estava pela primeira vez no evento santista. Quando perguntada sobre o conteúdo de suas orações, foi direta: “Eu faço meio a meio, vou ser bem sincera. Agradeço, mas também digo a ela: ‘não dá para fazer alguma coisinha?”.

Vinda pela terceira vez na festa, a também advogada, Isamara Freitas Oliveira, em suas orações pediu principalmente tranquilidade “para acalmar as águas internas”, como definiu. A devota crê que Iemanjá é a força que faz avançar e também recuar, assim como o mar. “Não é à toa que ela é rainha das águas”.

Após oferecer flores para Iemanjá. a analista de contratos, Giovanna França Miguel, expressou seu desejo pela maior compreensão das pessoas às religiões de matrizes africanas. “Eu desejo que todos possam conhecer um pouquinho sobre nossa religião, que emana saúde, prosperidade e alegrias, não apenas para nós, mas também para todos ao nosso redor”.