Saúde

Planejamento da gravidez e medicamentos de uso contínuo

03/04/2014 Da Redação
A gestação é uma fase delicada na vida da mulher. Além da preocupação natural que todos temos de ter sobre a saúde, a grávida precisa ter cuidados especiais com o ser que está gerando, que é muito mais sensível a determinadas substâncias. Muitas substâncias ingeridas ou inaladas podem circular pelo organismo de um adulto sem causar danos contundentes, porém, quando atingem o feto podem provocar o aborto ou malformações.
Mulheres em idade fértil com vida sexual ativa e usuárias constantes de
medicamentos precisam planejar com cuidado a gravidez desejada. Isso se deve porque algumas dessas substâncias podem ter efeito teratogênico, ou seja, produzir alterações no feto, dependendo da dose ingerida e do período da gravidez. Doenças como epilepsia, esclerose múltipla e, até mesmo, hipertensão utilizam-se de medicamentos que podem provocar a malformação.
Os medicamentos são classificados segundo uma proposta da agência de saúde americana, FDA. Há cinco categorias, nomeadas de A, B, C, D e X, sendo os medicamentos enquadrados na lista A como os mais seguros e os na X como totalmente contraindicados para ser usados por grávidas. Os medicamentos da lista C e D podem ser usados após uma decisão judiciosa do médico, em virtude do risco de morte ou agravo que a mãe possa estar correndo. Todas as bulas relatam esse risco.
Estudos nos EUA apresentam a incidência de malformação na ordem de 2% a 4% dos fetos. Esse número poderá se maior se forem incluídas malformações que não trazem transtorno para a vida da pessoa. Desse total de malformações, por volta de 3% é causado por medicamentos. A poluição ambiental é a principal causa externa de malformação. No Brasil, não há estudos sobre sua incidência, porém o uso de medicamentos é menos controlado e, portanto, se espera números maiores. Um medicamento de uso bastante restrito em nosso país é usado de forma clandestina e ilegal para provocar aborto. Essa substância apresenta forte risco de provocar a malformação. Assim, a tentativa malsucedida de interromper a gravidez traz consequências sérias para o bebê.
As substâncias sabidamente teratogênicas, como a talidomida e os derivados da vitamina A usados em dermatologia, ao serem dispensadas, exigem que a consumidora seja informada de que evite a gravidez durante determinado período e que a mesma assine um documento afirmando ter sido orientada.