O universo dos animais de estimação vivencia transformações importantes nos últimos anos, impulsionadas por uma tendência crescente: o ‘pet parenting’. Esse fenômeno, que trata os animais como membros da família, tem moldado comportamentos e aquecido o mercado pet.

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o país possui a terceira maior população de pets do mundo, ficando atrás apenas de Estados Unidos e China. Os cães lideram o ranking, com 62 milhões de indivíduos. As aves vêm em segundo, com 42 milhões. Os gatos figuram em terceiro lugar, com 30 milhões, de acordo com dados de 2023. Essa convivência próxima leva tutores a investirem cada vez mais em produtos e serviços que garantam o bem-estar de seus companheiros.

O mercado pet brasileiro movimenta bilhões de reais anualmente, abrangendo desde alimentação especializada até serviços de saúde, estética e lazer. A ‘humanização’ dos animais de estimação se reflete na oferta de produtos premium, como rações gourmet, roupas, acessórios e até planos de saúde exclusivos.

Eventos especializados também têm ganhado destaque, reunindo profissionais e empresas do setor para apresentar novidades e discutir tendências. Feiras como a Pet South America, que acontece em São Paulo, mostram o crescimento e a profissionalização do mercado, atraindo milhares de visitantes.

Entretanto, essa expansão traz desafios. O aumento na aquisição de pets, muitas vezes impulsionado por modismos ou decisões impulsivas, é um dos fatores para o crescimento no número de abandonos. Organizações de proteção animal alertam para a necessidade de adoção responsável e conscientização sobre os cuidados que um bichinho exige.

No contexto brasileiro, o ‘vira-lata caramelo’, cão sem raça definida e de pelagem amarelada, se tornou símbolo nacional. Em 2020, uma campanha buscou estampar sua imagem nas cédulas de R$ 200, ressaltando sua representatividade e a importância da valorização dos animais sem raça definida.

O ‘pet parenting’ reflete uma mudança cultural significativa, onde os animais de estimação ocupam um lugar central nas famílias brasileiras. Esse movimento não só impulsiona a economia, mas também exige responsabilidade e comprometimento dos tutores, garantindo uma convivência harmoniosa e saudável para todos.