Nos dias atuais, dizem que “lugar de mulher é onde ela quiser”. Apesar de toda a luta árdua para que elas ocupem essa posição, na sociedade atual, a depender do campo de atuação, a desigualdade é facilmente perceptível. Na política não é diferente.

No planeta, dos 192 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), apenas 30 mulheres ocupam a cadeira de chefe de Estado e/ou de Governo. Dados levantados pela ONU Mulheres em julho de 2024 indicam que a representação feminina em parlamento ficou em 27%. E apenas seis países têm metade ou mais do parlamento ocupado por elas: Ruanda (61%), Cuba (56%), Nicarágua (54%), além de Andorra, México, Nova Zelândia e Emirados Árabes Unidos, todos com 50%.

No Brasil, segundo dados do TSE, as mulheres representam cerca de 52% do eleitorado, mas o total de eleitas não chega a 30% dos cargos. No pleito de 2024, o contingente de vereadoras cresceu de 13% (2020) para 18,2%.

Nas nove cidades da Baixada Santista, foram eleitas 17 vereadoras (12%), num total de 142 cadeiras dos parlamentos. Cubatão, São Vicente e Itanhaém não têm mulheres nas Câmaras Municipais. Apenas Bertioga (com Lucília Goulart), Santos (Audrey Kleys), Cubatão (Andrea Castro) e São Vicente (Sandra Conti) elegeram mulheres para os gabinetes de vice-prefeitas.

Em Santos, em que mais da metade da população (54,6%) é do gênero feminino, apenas três vereadoras ocupam cadeiras. Guarujá é a cidade da região que mais conta com mulheres no parlamento, com cinco edis.

PIONEIRA

O direito das mulheres ao voto só foi conquistado e reconhecido no Brasil a partir de 1932. Na região, a primeira mulher parlamentar a ocupar uma cadeira legislativa foi Zeny de Sá Goulart, filiada à União Democrática Nacional (UDN), eleita em 1936. Seu mandato foi interrompido no ano seguinte, por força do Estado Novo. Mas ela volta à Câmara Municipal em 1948, como suplente. Professora por profissão, sua pauta era em torno dos Direitos Humanos e dos mais vulneráveis. É seu nome que batiza o atual plenário do parlamento santista, no Castelinho.