Saúde

Pais subestimam o problema de peso dos filhos

25/02/2014Da Redação
Pais subestimam o problema de peso dos filhos | Jornal da Orla
Uma revisão de estudos publicada na revista Pediatrics revelou que dois terços dos pais subestimam o peso de sua prole. “O dado é preocupante, pois, em estado de negação, os pais não são capazes de reconhecer que seus filhos estão acima do peso, assim, eles não podem tomar as atitudes necessárias para prevenir ou tratar a obesidade”, avalia o pediatra Moises Chencinski.
 
Para chegar aos dados finais da meta-análise, os pesquisadores revisaram dados de 121 estudos que incluíram mais de 80.000 estimativas de peso de crianças e adolescentes, entre 2-19 anos, feitas por seus pais. Mais da metade dos pais de crianças com sobrepeso e obesidade subestimaram o peso dos filhos, como também o fizeram cerca de 14% dos pais de crianças com peso normal. Os pais tinham maior probabilidade de subestimar o peso de crianças entre 2-5 anos.
 
As razões para essa atitude não foram estudadas, mas os cientistas sugerem que os meios de comunicação apresentam uma imagem estereotipada de crianças com sobrepeso como severamente obesas e que isso distorce a compreensão dos pais. Outra hipótese é a de que os pais são resistentes a estigmatizar seus filhos como “gordos”. E há também os pais que simplesmente não acreditam que seus filhos possam estar acima do peso porque eles são fisicamente ativos e não têm problemas de saúde óbvios. “É nesses casos que o papel do pediatra é essencial, pois ele é o profissional de saúde indicado para corrigir a ‘falsa impressão dos pais’ e promover a adoção de hábitos saudáveis”, defende Chencinski.
 
O que as famílias podem fazer
 
O sobrepeso e a obesidade infantil são problemas de saúde significativos para as famílias e muitos pais se sentem sobrecarregados e angustiados com essa situação, não sabem por onde começar a ajudar os filhos… Segundo o pediatra isso é totalmente compreensível, dada a complexidade associada às causas e ao tratamento dessas condições.
 
“No entanto, há muitas coisas que as famílias podem fazer para promover um estilo de vida mais ativo e saudável e para apoiar uns aos outros com o objetivo de se manterem saudáveis. Por exemplo, elas podem se concentrar na criação de um ambiente familiar que incentive e apoie as escolhas alimentares saudáveis??, podem comunicar-se regularmente com seu pediatra para entender melhor o que significa o percentual do IMC (índice de massa corporal) e podem também unir-se à comunidade na defesa de lanches mais saudáveis nas escolas”, enumera Moises Chencinski, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
 
Além do que o médico mencionou, a comunidade científica concorda que cada uma das seguintes opções pode impactar positivamente sobre o sobrepeso e a obesidade em crianças e / ou adolescentes:
 
· Comer 5 porções de frutas e vegetais por dia;
 
· Fazer pelo menos 1 hora de atividade física por dia (não precisa ser consecutiva);
 
· Limitar o tempo de tela (TV, tablet, celular) para menos de 2 horas por dia;
 
· Limitar o consumo de açúcar e de bebidas adoçadas;
 
· Tomar o café da manhã diariamente;
 
· Optar por produtos lácteos com baixo teor de gordura;
 
· Fazer regularmente as refeições em família;
 
· Limitar as refeições fast food e as saídas para comer fora;
 
· Preparar os alimentos em casa;
 
· Comer uma dieta rica em cálcio;
 
· Comer uma dieta rica em fibras;
 
· Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e manutenção do aleitamento após a introdução de alimentos sólidos até os 12 meses de idade.