Saúde

Obesidade no Brasil aumenta em ritmo acelerado

25/02/2022
Freepik

Uma em cada quatro pessoas acima de 18 anos é obesa e 60% da população adulta tem excesso de peso

A obesidade é uma epidemia que caminha a passos largos no Brasil. As taxas de obesidade quase triplicaram desde 1975 — entre crianças e adolescentes, aumentaram quase cinco vezes. O crescimento da quantidade de obesos se acentua ao longo dos anos:
Entre 2003 e 2019, a proporção de obesos na população com 20 anos mais que dobrou, passando de 12,2% para 26,8%. O aumento maior ocorreu entre as mulheres, de 14,5% para 30,2%, enquanto a obesidade masculina passou de 9,6% para 22,8%. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento revela também que, em 2019, uma em cada quatro pessoas de 18 anos ou mais anos de idade no Brasil estava obesa, o equivalente a 41 milhões de pessoas. Já o excesso de peso atingia 60,3% da população de 18 anos ou mais de idade, o que corresponde a 96 milhões de pessoas, sendo 62,6% das mulheres e 57,5% dos homens.
Pesquisadores brasileiros e chilenos, responsáveis por um estudo chamado “Obesidade e Doenças Crônicas não Transmissíveis” estimam que até 2030, sete em cada dez brasileiros poderão estar com excesso de peso.

Obesidade é diferente de sobrepeso
Pela definição da Organização Mundial da Saúde, obesidade é o excesso de gordura corporal, em quantidade que determine prejuízos à saúde. Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m² e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m².
Os indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m² são diagnosticados com sobrepeso e já podem ter alguns prejuízos com o excesso de gordura.

Índice de Massa Corporal (IMC) – kg/m²
Déficit de peso- abaixo de 18,5
Peso normal: entre 18,5 e 24,9
Sobrepeso: entre 25 e 29,9
Obesidade: maior ou igual a 30 kg/m2.
Grau I entre 30 e 34,9; Grau II: entre 35 e 39,9 e Grau III: (obesidade mórbida): acima de 40.

Como é feito o cálculo do IMC?
O IMC é obtido pelo peso (em quilogramas) divido pela altura (em metros) elevada ao quadrado (IMC= Peso (kg)/ Altura(m)2).

Causas da obesidade
A obesidade pode estar relacionada a fatores genéticos (alterações endócrinas) e transtornos emocionais, mas a principal causa é a alimentação inadequada. Dietas com excesso de gordura e sal, alimentos ultraprocessados ou mesmo porções exageradas contribuem para o aumento da quantidade de gordura no organismo.
A preocupação com a obesidade transcende a questão estética — aspecto que também merece atenção devido à chamada gordofobia, preconceito que pessoas acima do peso sofrem e prejudicam o acesso a oportunidades de trabalho, relacionamentos sociais, afetivos e até mesmo familiares.
A obesidade é um dos principais fatores de risco para várias doenças não transmissíveis (DNTs), como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral, distúrbios musculoesqueléticos (especialmente osteoartrite) e várias formas de câncer.

Tratamento
Quando relacionada fundamentalmente aos hábitos alimentares, a obesidade deve ser tratada com a adoção de uma dieta saudável (redução no consumo de sal e calorias, diminuição nas porções) associada à prática rotineira de atividade física.
Em casos mais complexos, que exigem o acompanhamento médico, é possível associar o uso de medicamentos. Em casos mais graves, recorre-se ao tratamento cirúrgico.

Hábitos para evitar a obesidade
• Coma pequenas porções ao longo do dia (em média 5 a 6 refeições diárias);
• Aumente a ingestão de água;
• Consuma mais frutas e verduras ao longo do dia (em média 5 porções);
• Descasque mais alimentos e abra menos embalagens, preferindo sempre os alimentos in natura ou que tiveram o mínimo de processamento possível;
• Diminua o consumo de açúcares, sal e gorduras;
• Aprenda a ler os rótulos dos alimentos industrializados, evitando aqueles que têm o “açúcar” como um dos primeiros ingredientes da lista;
• Evite comer em ambientes desfavoráveis, ou seja, que distraiam sua atenção de qual e de quanto alimento você está consumindo.

Crianças, a maior preocupação
Se hoje já temos uma população adulta com sobrepeso ou obesidade, a situação pode ser ainda pior no futuro próximo. Dados do Ministério da Saúde indicam que 6,4 milhões de crianças têm excesso de peso e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade. A situação vai piorando conforme o aumento da idade: são obesos 7% dos menores de 5 anos e 13% das crianças entre 5 e 9 anos.
A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) estima que, em 2025, o Brasil terá 11,3 milhões crianças com excesso de peso. Mais de 400 mil estarão com pré-diabetes, 150 mil com diabetes tipo 2; 1 milhão hipertensa e 1,4 milhão terá esteatose hepática não alcoólica em estágio 1.

Acesse aqui o canal no YouTube da Abeso