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O País onde tudo pode

17/01/2014Da Redação
O País  onde tudo pode | Jornal da Orla
O grande problema do Brasil não é apenas a roubalheira desenfreada praticada por políticos em associação criminosa com grandes empresas que superfaturam obras públicas. Os novos estádios em construção para a Copa do Mundo são apenas uma referência. As comissões não são novidade no mundo, mas no Brasil elas são gigantescas e os pilantras de sempre contam com a impunidade, a lentidão da Justiça e bons advogados.
 
O problema principal, acreditamos, está em nossa cultura, estimulada pela chamada Constituição Cidadã de 1988, que assegura direitos, mas não estabelece deveres. No Brasil atual, tudo pode, não há limites, mas quem acaba pagando a conta é sempre o contribuinte.
 
É com esta visão que o governo petista administra o país e adota posições esquizofrênicas quando setores da sociedade tentam impor alguns limites a abusos que começam a fazer parte da rotina do brasileiro. É o caso dos chamados “rolezinhos”, em que grupos de jovens marcam, pelas redes sociais, encontros em shoppings, e, na sequência, ocorrem arruaças, confusão e, eventualmente, saques e furtos.
 
A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros (PT), acusou a polícia e os frequentadores de shoppings de discriminar jovens negros nos “rolezinhos”. Segundo a ministra, parte da elite brasileira se incomoda ao encontrar jovens negros nos centros de compras. “Uma parcela da sociedade brasileira não quer a presença deles em determinados lugares”, diz Luiza Bairros.
 
É simplesmente inacreditável que uma ministra de Estado queira dar uma conotação racial aos cidadãos que não concordam com arruaças e se veem ameaçados com os chamados “rolezinhos”. Donos de lojas em shoppings pagam altos impostos, não recebem segurança do Estado e ainda são obrigados a aceitar como natural confusão e furtos em seus estabelecimentos? Francamente…
 
Direitos e deveres deveriam valer para todos, mas não é o que acontece no Brasil. E ainda temos de ouvir manifestações “esquizofrênicas” de uma ministra de Estado, paga com os impostos do contribuinte.