
A té os dias de hoje, as circunstâncias sobre o falecimento de uma das maiores lendas do Jazz, o trompetista e cantor Chet Baker, são imprecisas, nos deixando dúvidas e várias versões foram sugeridas sobre o que realmente aconteceu no ano de 1988.
Suicídio, acidente, assassinato são algumas das hipóteses possíveis, pois ele despencou estranhamente do 2º. andar do hotel onde morava, na cidade de Amsterdan na Holanda, com apenas 58 anos de idade, mas com aparência de mais de 80 anos, principalmente em razão da sua dependência às drogas pesadas.
Ele foi um dos músicos mais importantes da sua geração e esteve sempre à frente do seu tempo. Além de tocar seu instrumento como poucos e com absoluta suavidade, Chet Baker também inovou ao usar sua voz pequena, porém sempre bem colocada e muito afinada, inaugurando um estilo único, que influenciou vários artistas.
Foi um dos criadores na década de 50 do “Cool Jazz”, conhecido como uma música econômica, com poucas notas executadas e de sonoridade bem tranquila.
A fase que mais admiro da sua carreira teve início em 1953, quando ele gravou seu primeiro álbum como líder para o selo Pacific Jazz. E foi nesta fase que ele recebeu o incentivo para cantar baladas, além de tocar.
Uma das histórias interessantes do livro “Funny Valentine – The Story Of Chet Baker”, com 830 páginas, escrito por Mathew Ruddick para a Editora Melrose Brooks, ainda sem tradução, conta sua parceria no ano de 1966, com o pianista brasileiro João Donato, que na época estava nos Estados Unidos. Donato se apresentava numa temporada com seu trio em um clube noturno na cidade de Sausalito, na Baía de São Francisco, e tinha como convidado especial Chet Baker. Numa determinada noite ele mais uma vez chegou atrasado, só que desta vez com um lenço sobre a boca toda ensanguentada em razão de uma surra que havia levado de cinco pessoas, provavelmente traficantes.
Depois desta noite trágica, não tocou mais da mesma forma, afinal perdera todos os dentes superiores da boca. Precisou usar dali em diante uma dentadura, que o obrigou a desenvolver uma nova embocadura para tocar seu trompete.
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