O mês de novembro é marcado por ações de conscientização sobre o câncer de próstata, uma das doenças mais comuns entre os homens. Conhecido como Novembro Azul, o movimento visa alertar a população masculina sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessa enfermidade, que, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o segundo tipo mais frequente de câncer no Brasil, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma.
Em um estudo publicado pela revista The Lancet, realizado por sua comissão cientifica, em abril deste ano, prevê um aumento alarmante nos casos em escala global. De acordo com a pesquisa, estima-se que os diagnósticos dobrem nos próximos 16 anos, saltando de 1,4 milhão em 2020 para 2,9 milhões até 2040. Isso se deve, principalmente, pelo aumento da expectativa de vida da população.
A próstata é uma glândula presente no sistema reprodutor masculino, responsável por produzir o líquido que compõe o sêmen. O câncer de próstata, na maioria dos casos, se desenvolve de forma lenta, o que pode dificultar a percepção dos sintomas. Em estágios iniciais, a doença geralmente não apresenta sinais claros, o que torna fundamental o acompanhamento médico regular. No entanto, quando os sintomas aparecem, os mais comuns são: dificuldade para urinar; presença de sangue na urina; necessidade de urinar mais vezes durante o dia e diminuição no jato urinário.
O diagnóstico precoce é crucial para aumentar as chances de sucesso no tratamento. Exames como o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal são métodos eficazes para detectar alterações na próstata. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revelou que menos de 40% dos brasileiros com mais de 50 anos realizaram exames de próstata em 2023. Além disso, pelo menos 36% dos entrevistados nunca chegaram a fazer o exame de toque retal.
Embora o câncer de próstata possa afetar qualquer homem, alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença. A idade é um dos mais significativos: homens com mais de 50 anos apresentam maior probabilidade de diagnóstico. Outros fatores incluem histórico familiar de câncer de próstata, raça (homens negros têm maior incidência) e a alimentação rica em gorduras saturadas.
Consequências
O câncer de próstata e seu tratamento podem ter consequências graves na qualidade de vida do homem, afetando aspectos físicos como incontinência urinária, disfunção erétil, fadiga e sintomas urinários. Também podem surgir impactos psicológicos, incluindo ansiedade, depressão e baixa autoestima, além de interferências em relacionamentos e atividades sociais. Esses efeitos variam conforme o estágio da doença no momento da detecção, o tipo de tratamento escolhido e o suporte disponível.