
Confesso que não tinha grandes expectativas — nem boa vontade — com a nova temporada do Que Seja Doce sem Carole Crema. Quando soube que ela e Roberto Strongoli estavam fora do elenco, a impressão imediata foi de que algo essencial se perderia. Ainda assim, preferi segurar o julgamento. Esperei, assisti aos episódios, torci para estar errado. Não estava.
A nova temporada de um dos principais programas do canal GNT, continua no ar com episódios inéditos até 3 de maio — sempre às segundas, terças e quartas-feiras, às 20h45. Mas, apesar do horário nobre e do visual impecável, algo essencial parece ter se perdido pelo caminho: a magia.
Sem Carole Crema e Roberto Strongoli, dois dos pilares mais carismáticos do programa, o reality parece funcionar no piloto automático. A técnica segue presente, os confeiteiros continuam talentosos, o formato permanece reconhecível — mas falta alma. A espontaneidade, o humor leve, a química quase familiar entre o trio original de jurados (com Lucas Corazza completando o time) era o verdadeiro ingrediente secreto da atração.
Roberto foi o primeiro a sair, dando lugar à simpática Michele Crispim. Depois foi a vez de Carole, que migrou para o SBT em uma passagem relâmpago pelo Bake Off Brasil. Hoje, o júri é formado por Michele, Lucas e a confeiteira Tábata Romero — referência no universo do “faça e venda” e sucesso digital. Todos são competentes, é verdade. Mas competência não é tudo. O que Carole e Roberto traziam era intangível: o charme de quem não só julgava doces, mas também sabia como adoçar a experiência de quem assistia.
Que Seja Doce segue bonito, segue funcionando. Mas já não encanta como antes. A ausência dos jurados originais tornou evidente que o programa não era apenas sobre confeitaria — era sobre conexão. E essa, por enquanto, parece ter se desfeito.
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