Maio Laranja: Um mês dedicado ao combate à violência e abuso contra crianças e adolescentes

A campanha permanente de enfrentamento à violência sexual de crianças e adolescentes já existe há mais de oito anos na cidade. Mesmo atuando em todos os meses do ano com rodas de conversa, formações e sensibilizações, o mês de maio vem para enfatizar a luta e trabalhar de forma mais intensa em cima desta pauta.
O coordenador da Infância e Juventude de Santos, Gustavo Prado, e a psicopedagoga especializada em sexualidade, também da Cojuv, Christiane Andrea, explicam a importância do trabalho realizado durante a campanha – especialmente em maio. Para Christiane, os casos de abuso têm aumentado, assim como as subnotificações.
“Infelizmente, não temos os números reais. O que nós temos consciência é que durante o período de isolamento, com as crianças dentro de casa, houve uma facilitação da violência contra elas, não só a violência sexual. Então eu tenho certeza que esses números aumentaram”, afirma a psicopedagoga.
Christiane aponta para o fato de a escola ser um local seguro para as crianças e que possibilita a identificação dessas violências. Em concordância, Gustavo Prado, afirma que as escolas são um dos focos da campanha.
“Nós somos procurados por essas entidades e escolas para fazer as formações e sensibilizações e, quando não, nós vamos atrás desses locais que julgamos importantes que a nossa equipe técnica esteja presente e realizamos os trabalhos”, afirma o coordenador da Cojuv.
O Maio Laranja é utilizado também para a criação de novos projetos da Cojuv. O mais novo projeto foi idealizado por Christiane e visa à formação dos bibliotecários de escolas municipais, capacitando-os para a aplicação de um dos livros da psicopedagoga.
“A ideia é aproveitar um espaço já conhecido pelas crianças, um espaço lúdico e familiar como as bibliotecas para a leitura deste material. Eu doarei livros para todas as escolas da rede municipal e realizaremos oficinas para ensinar esses bibliotecários a utilizar este material”, explica Christiane.
A psicopedagoga ainda ressalta a importância de tratar um tema tão pesado de uma forma lúdica, usando elementos familiares ao repertório do universo infantil. “Assim, conscientizamos as crianças sobre esse tema tão complexo”, conclui.
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