Existem coisas na vida que não se compram, por mais dinheiro que se tenha.
Experiência é uma delas.
Não se compra em prateleira de supermercado ou em lugar algum.
Calejado pelas derrotas, agruras e até pelas vitórias que a vida lhe proporcionou, o ex-presidente Lula da Silva revela que está muito além do PT.
No campo político, Lula enxerga a floresta, enquanto alguns companheiros do PT ou de legendas mais radicais, como é o caso de Guilherme Boulos (PSOL), mal conseguem enxergar a árvore.
Ao defender o nome do ex-governador Geraldo Alckmin, um conservador de centro-direita, para seu vice, Lula não está pensando apenas em ganhar as eleições.
Lula enxergou que em pouco mais de três anos no governo, Jair Bolsonaro dividiu a nação profundamente.
O futuro presidente, seja ele quem for, terá de reconstruir o país.
Em um passado não muito distante, o Brasil já foi o país da tolerância e da alegria.
Sinto informar, mas perdemos essas duas virtudes, essenciais para a beleza da alma humana.
Famílias inteiras e amizades de longa data foram destruídas por conta de uma guerra ideológica inútil.
O grande erro do presidente Jair Bolsonaro, maior até que seu despreparo intelectual, foi apostar na divisão do país.
O pior é que todos perderam.
Jair, que sofrerá uma derrota humilhante nas urnas, e milhões de brasileiros que romperam laços familiares e amizades preciosas.
No quesito felicidade, o Brasil está um caco.
A pergunta é: valeu a pena?
Goste-se ou não do Lula, ele teve a sensibilidade e a inteligência política de entender o que está acontecendo no país.
Por isso, Lula quer Alckmin.
Não se governa um país sozinho, sem concessões, sem diálogo com forças antagônicas.
Algo que muitos velhos companheiros não conseguem entender.
O fato é que seja Lula, ou qualquer outro que venha a ocupar a presidência em 2023, a missão do vencedor será extremamente difícil.
Reconstruir o país, recuperar a economia, frear os radicais, trazer de volta a alegria perdida, reencontrar a verdadeira alma brasileira, serão os grandes desafios do futuro governo.
Coisa para estadista.
Será possível?
Só Deus sabe e o tempo dirá.
