O mestre de capoeira Kaled Ferreira Barros realiza o lançamento do livro “Quilombo do Jabaquara – Santenses, Capoeiras e Abolicionista” no dia 20 de novembro. Este é o seu primeiro livro infantil e propõe contar a história do segundo maior quilombo do Brasil de forma simples e ilustrada.
O lançamento do livro será neste domingo (20/11), das 15h às 17h, na Cadeia Velha (Praça dos Andradas, Centro de Santos) .
Kaled escreveu o livro por volta de 2014 ou 2015 e, segundo ele, ficou “guardado nas gavetas do Windows” e, por incentivo da esposa, decidiu levar o projeto adiante. “As pessoas não têm noção da importância desse Quilombo não só para Santos, mas pra todo o país. Ele é o segundo maior do Brasil, ficando atrás apenas do Palmares”, afirma. “Muitas pessoas não têm conhecimento da existência de quilombos em nossa cidade e esse é apenas um deles”, continua. As belíssimas ilustrações são de Gabriela de Oliveira Regis.
O livro conta a história do quilombo adicionando alguns elementos para deixar mais lúdico e didático e utiliza personagens como Quintino de Lacerda, Geraldo Leite e José Ignacio da Gloria, além de outros abolicionistas e também a grande força feminina de Santos para ilustrar essa história de luta em busca da liberdade.
“Existem relatos históricos de que Santos já havia abolida a escravidão antes do 13 de maio. A cidade tem uma história belíssima e a própria comunidade santista da época que ajudou na construção dos quilombos”, afirma. Kaled ainda relembra que Santos era um local de resistência e afronta ao estado.
A Capoeira
O mestre de capoeira destaca que a capoeira estava muito presente na cidade de Santos e que apesar do preconceito anterior, sendo até mesmo proibida logo após a proclamação da república (a lei enxergava a arte marcial como subversiva e violenta e assim mantinha os negros na marginalidade) hoje a situação é um tanto diferente.
“Se olharmos para o passado e comparar com agora, a capoeira avançou muito sobretudo nos espaços sociais. Hoje a capoeira está no mundo inteiro e é reconhecida pela UNESCO como um patrimônio cultural da humanidade. Também é a principal divulgadora da língua portuguesa porque os golpes e as músicas são ditos e cantadas em português”, conclui.
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