A campanha eleitoral ainda nem começou oficialmente e os ataques entre governo e oposição, que já descambaram para insultos, revelam o que podemos esperar para os próximos meses. O vale tudo pelo poder indica o que o eleitor pode esperar. Certamente o debate não se dará em nível elevado, como gostaria parcela significativa do eleitorado.
Durante a semana, integrantes do governo e da oposição elevaram o tom. O senador Aécio Neves, virtual candidato do PSDB à presidência, disse que a presidente Dilma Rousseff, que deve tentar a reeleição, “mente” ao afirmar que o reajuste de 10% no programa Bolsa Família vai tirar seus beneficiários da chamada linha da pobreza.
O deputado federal Paulinho da Força, que apoia o tucano, foi mais além ao afirmar que, “se fizer tudo o que disse na TV, Dilma vai acabar na Papuda (presídio onde estão hoje alguns dos condenados do mensalão”. A resposta, no mesmo nível de grosseria, partiu do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo: “Isso é linguajar de quem está muito doido, fora do juízo. Esse deputado deve ter enchido a cara”.
De fato, a presidente Dilma Rousseff se aproveitou do 1º de Maio para fazer um pronunciamento à Nação com fins claramente eleitoreiros, mas isso, por si só, não justifica ataques grosseiros por parte da oposição. É preciso fazer política com respeito. O governo petista vive um momento de dificuldades e há muitas questões que precisam ser debatidas, como os escândalos envolvendo a Petrobras, a falta de investimentos nas áreas de saúde, educação, infraestrutura e, até mesmo, a realização da Copa do Mundo no Brasil, temas que motivaram os protestos no ano passado.
Enfim, a oposição tem argumentos suficientemente capazes de mudar o atual quadro eleitoral e impor ao governo uma derrota eleitoral que, até pouco tempo atrás, era considerada inviável. Mas precisa agir com bom senso e educação, respeitando o mais alto cargo da República, e, também, a inteligência de milhões de eleitores.
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