Economia

Imóvel físico ou fundo imobiliário? Escolha deve ser muito bem analisada

24/02/2025 Josi Castro
Divulgação/CRECISP

Augusto Viana: “adquirir um imóvel é uma boa escolha para quem busca segurança e estabilidade”

 

Enquanto imóvel físico tem vantagem na solidez e na tomada de decisão, fundos imobiliários reduzem burocracias para o investimento. Ambos são escolhas melhores do que a Poupança

Investir em imóveis ou aplicar em fundos financeiros imobiliários? Essa é uma pergunta que, há algum tempo, vem sendo feita por quem quer fugir da desvalorização de seu capital. A resposta depende dos objetivos de cada um. Ambas as opções, dependendo do montante disponível, são escolhas melhores do que a poupança, para quem busca dividendos estáveis a longo prazo. Especialistas ouvidos pelo Jornal da Orla deram seu ponto de vista, seja na compra do bem físico ou das cotas de ações
José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) destaca que adquirir um imóvel pode ser uma boa escolha para quem busca segurança e estabilidade. “Qualquer imóvel tende a valorizar ao longo do tempo, especialmente se estiver bem localizado em áreas com infraestrutura em desenvolvimento. O ganho pode vir por duas frentes, ou na geração renda através da locação ou pelo ganho de capital, na liquidez. O que significa que o retorno financeiro pode vir também da precificação, aumentando de valor, garantindo um patrimônio seguro”.
Viana alerta que deve se considerar os riscos e custos envolvidos. “Isso porque a burocracia envolvida, a necessidade de manutenção constante e a incerteza quanto à ocupação do imóvel podem comprometer a rentabilidade desse tipo de empreendimento.”
Augusto Viana defende que comprar um imóvel físico ainda é mais seguro e estável que investir em ações do fundo imobiliário. “Os preços dos imóveis podem cair por fatores econômicos, mudanças na legislação ou desenvolvimentos desfavoráveis na região onde o imóvel está localizado. Porém, os imóveis não sofrem com as mesmas flutuações do mercado financeiro, proporcionando uma maior tranquilidade aos investidores. É importante ter em mente os riscos e planejar bem antes de investir”.
O banker (especialista na criação de produtos financeiros) Leandro Lopes diz que as questões não são divergentes, mas complementares. “Um bom investidor precisa ter um porto seguro. Portanto se ele optar pelo mercado de fundos de investimentos, como são os fundos imobiliários, é recomendável que tenha pelo menos seu próprio imóvel de moradia”.
Fundos Imobiliários, chamados FII, são como “condomínios” de investidores que, juntos, compram e exploram comercialmente todo e qualquer tipo de imóvel, desde residenciais, passando pelos corporativos de alto padrão, incluindo galpões logísticos e até shoppings centers. Cada cotista detém seu quinhão proporcional dessas “propriedades”, recebendo o que lhe cabe na locação deles, mas sem se preocupar com sua administração, manutenção ou inquilinos.
Lopes afirma que, apesar de ter vantagens atrativas, fundos imobiliários sofrem todas as oscilações de mercado que uma ação de empresa. “A rentabilidade é pouca, em relação a outros investimentos, mas na ponta do lápis acaba sendo atrativa. Nos dias atuais, em média, uma cota de um bom fundo imobiliário pode chegar a render de 1,1% a 1,3% ao mês, dependendo da carteira de imóveis do fundo”

JUROS ALTOS
A alta dos juros pode ser favorável para a aquisição de ativos a preços reduzidos, especialmente por conta do endividamento de empresas e da dificuldade dos fundos imobiliários em captar recursos.

De acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) houve um crescimento de 19,7% das vendas no mercado imobiliário no ano passado, mesmo com os juros em alta. Além disso, o censo do IBGE de 2022 apontou que houve um aumento de 40% no número de imóveis em construção ou em reforma no país, quando comparado com os mesmos dados de 2010.

O advogado Daniel Lopes, sócio do escritório Almeida Prado Hoffmann Advogados, faz um alerta quanto à aquisição de imóveis. “A segurança jurídica é essencial para proteger compradores e investidores contra riscos”. Ele destaca que a estruturação cuidadosa de contratos é fundamental para assegurar os direitos das partes envolvidas. Algumas cláusulas específicas são indispensáveis. “Essas garantias criam uma base sólida de segurança jurídica e financeira, protegendo todas as partes envolvidas contra imprevistos e assegurando a conformidade com os compromissos contratuais”, reforça Lopes