Política & Conversa

Fazendo o certo da forma errada

27/02/2024
Ricardo Stuckert/PR

Lula acredita que é um Líder mundial de estatura razoável. Tão razoável que pode se dar ao luxo de expor todas as suas opiniões e falar de improviso em Cúpulas e viagens internacionais. Até a semana passada as bobagens ditas pelo nosso Pequeno Timoneiro não tinham feito estrago em nossa diplomacia, mas ao comparar o genocídio incontestável praticado pelas tropas de Israel contra a população civil em Gaza com o Holocausto nazista, aí a porca torceu o rabo. Lula vinha bem no discurso. A superioridade militar de Israel contra qualquer vizinho árabe já é notória, imagine-se contra um grupo terrorista alojado em um projeto de país que só existe numa resolução da ONU?

O problema é que Lula quase sempre não entende a diferença entre ponto e vírgula. Se tivesse parado o discurso no ponto do uso excessivo da força militar contra civis, teria saído da África como Líder humanista e realista. Mas ao prolongar seu discurso com a infeliz e injustificável comparação, pôs tudo a perder e deu ao governo de Israel uma tábua de salvação contra a opinião pública mundial, que se voltava contra seus atos. A mesma desproporcionalidade militar nas ações em Gaza foi usada na reação contra a fala de Lula, humilhando o Embaixador brasileiro e abusando de comparações falsas e maliciosas. O comportamento do Chanceler israelense se compara a um delinquente digital.

E a oposição no Brasil tem um comportamento escandaloso e infantil, pedindo o Impeachment de Lula, defendendo Israel de uma forma que chega a ser assombrosa. Até de crise no agronegócio falam. Esse comportamento leviano assusta. Lula foi infeliz sem dúvida, mas as reações internas à sua fala já ultrapassaram os limites do razoável.

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