Quarta-feira (30), é o Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído, uma data criada para conscientizar a população sobre o ruído e seus efeitos na saúde, na qualidade de vida, no meio ambiente e, também, sobre a responsabilidade de cada um em reduzir o barulho gerado pelas atividades diárias.
Exposição a barulho intenso ou ruído constante é um dos fatores que contribuem para a perda auditiva, um problema que afeta mais de nove milhões de brasileiros, segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, 347 mil pessoas afirmaram não conseguir ouvir de modo algum, quase 1,8 milhão disseram ter grande dificuldade e 7,5 milhões relataram alguma limitação.
Segundo a fonoaudióloga Isabela Gomes, da Telex Soluções Auditivas, apenas 40% das pessoas com problemas de audição reconhecem que ouvem mal, embora as dificuldades de audição afetem a vida social e prejudiquem as relações de trabalho. “A perda se dá de maneira lenta e progressiva e, com o decorrer dos anos, a deficiência atinge um estágio mais avançado”, diz.
Perda Auditiva
Outros fatores que levam à perda auditiva é hereditariedade, processo natural de envelhecimento, lesão traumática, medicamentos ototóxicos, alguns tipos de doenças e problemas na gestação (consequência de moléstias infectocontagiosas como sífilis, citomegalovírus, rubéola gestacional e outras). Segundo especialistas, uma em cada dez pessoas a partir dos 40 anos de idade tem algum grau de perda auditiva. Depois dos 65 anos, a perda auditiva, conhecida como presbiacusia, tende a ser mais severa. Por isso, o melhor é procurar um especialista aos primeiros sinais de dificuldades para ouvir.
“O uso diário do aparelho e o apoio da família são essenciais para que o indivíduo resgate sua autoestima. Infelizmente, muitas vezes, quando se procura o tratamento, o caso já ficou grave”, orienta a fonoaudióloga Isabela Gomes. Ela ressalta que, atualmente, as próteses auditivas são minúsculas, garantindo a elegância do usuário. “A audição mantém a pessoa ativa, é muito importante em nosso dia a dia. Então, por que não pensar no assunto?”, propõe.
Barulho cada vez maior
No trânsito – “A perda auditiva está começando a surgir mais cedo entre moradores de grandes cidades”, comenta Isabela Gomes. “O grave problema do excesso de barulho piora a cada dia. O trânsito pode ser um grande vilão. Além de incômodo, os altos ruídos afetam a saúde física e psicológica, gerando estresse, ansiedade, aumento da pressão sanguínea. “Enquanto as autoridades ainda falham na fiscalização a ônibus, carros e caminhões, uma das soluções mais baratas e inteligentes é usar protetores de ouvido”, sugere.
Em casa – O nível de barulho em nossa casa também tem grande impacto na nossa audição, inclusive por causa do uso frequente de eletrodomésticos, como liquidificadores, secadores e aspiradores de pó. “Em uma sociedade onde TV, rádio, aparelhos de som, jogos de vídeogame, MP3 e fones de ouvido fazem parte do dia a dia, as ameaças à boa audição estão em toda a parte. Respeitar os limites de decibéis recomendados por especialistas é importante, não só em respeito aos vizinhos, mas em benefício da própria saúde”.
No trabalho – Atividades desenvolvidas no próprio trabalho são, muitas vezes, as maiores causas da perda auditiva. Operadores de britadeira, operadores de telemarketing, músicos, DJs, operadores de áudio em emissoras de rádio, operários de fábrica, guardas de trânsito, motoristas de ônibus, funcionários que atuam nas pistas de aeroportos, entre outros, estão expostos a ruídos intensos. “Prevenir a perda auditiva, porém, é possível com o uso do protetor auricular que, em muitos casos, acaba sendo um acessório inseparável”, diza fonoaudióloga.
Música alta – Ouvir música faz bem, mas no volume certo. Se tocada com frequência em um volume muito alto, a música pode ser prejudicial à audição. Dependendo da frequência, do tempo de exposição ao som elevado e da predisposição, o indivíduo pode sofrer danos auditivos cada vez mais severos, de forma contínua e elevada. “As boates são um perigo em potencial para os ouvidos, mas não só esses locais. Evite ouvir música muito alta em casa ou no carro e evite o volume alto nos fones dos celulares ou em players como o iPod”.
Como perceber
O primeiro sinal de presbiacusia pode ser a dificuldade de ouvir o que as pessoas dizem para você. Os sons da fala com mais alta frequência são as consoantes, como o S, T, K, P e F.
Ouve com dificuldade a televisão, aumenta o som e as pessoas à sua volta reclamam que está muito alto.
Escuta com dificuldade quando é chamado por uma pessoa que não está à sua frente ou que se encontra em outro cômodo.
Dificuldade de comunicar-se em ambientes ruidosos, por exemplo, no carro, no ônibus ou em uma festa.
Pede sempre as pessoas para repetirem o que disseram.
Ouve com dificuldade o toque de campainha e telefone.
A família, colegas e amigos comentam que você deve estar sofrendo de perda auditiva.
Faz uso da leitura labial durante uma conversa. Ou finge entender a mensagem recebida.
Sente que tem que se concentrar muito para entender o que as pessoas falam ou cochicham.
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