Juliana Schonhaus
Você já deve ter escutado ou dito frases do tipo: “Eu treino pra comer”, “Já que comi mais do que devia, vou treinar mais para compensar” ou “Eu treinei muito bem hoje, mereço comer mais”.
Esse tipo de pensamento é bem comum, mas usar o exercício físico como permissão para comer ou punição por já ter comido pode te trazer alguns prejuízos. Você pode compensar aquele exercício comendo algo mesmo sem fome ou em maior quantidade, pode criar hábitos mais sedentários simplesmente pelo fato de já ter treinado aquele dia ou completado os treinos da semana (por exemplo ficar sentado no sofá o dia todo, ou ir de carro para algum lugar que geralmente você iria a pé). Além disso, a associação de que comer algo – geralmente mais calórico/gorduroso/fora da nossa rotina – precisa ser compensado de alguma forma, mostra que a relação tanto com a comida quanto com o exercício provavelmente não está acontecendo de uma forma saudável.
Então, vamos destacar alguns pontos importantes para pensar a partir de hoje: Na nossa alimentação não precisa ter nenhum alimento proibido ou que precise de compensação; que é natural ter refeições “fora” da rotina durante a vida; e que quando encontramos um exercício que gostamos e criamos uma rotina de treinos, corremos muito menos o risco dessa atividade escolhida se tornar só uma obrigação chata.
Assim, fica muito mais fácil de compreender que a mudança de hábitos é algo duradouro e, em contrapartida, a compensação está associada a práticas compulsórias, imediatistas e que não se sustentam.
Por isso, sempre escolha práticas que você goste e consiga manter a constância e não faça exercício físico porque odeia o seu corpo, faça porque você o ama.
Juliana Schonhaus – CRN 3: 4223-9. Nutricionista e Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo
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