Política

Esquerda e direita brigam pela liderança da oposição ao prefeito

07/02/2025Marco Santana
Esquerda e direita brigam pela liderança da oposição ao prefeito | Jornal da Orla

A sessão da Câmara de Santos, ontem (6), foi tomada por uma discussão, no mínimo, inusitada: os quatro vereadores do Partido Liberal (PL), tradicional legenda da direita não desistiram de assumir a liderança da oposição ao governo Rogério Santos.

PT e PSOL, de esquerda, não aceitaram, já que a função de líder, além de mais tempo, possui a prerrogativa de falar por um conjunto de partidos.

Após bate-boca, Rui de Rosis Jr. ficou com o cargo.

Logo no início dos debates, Rui de Rosis Jr. (PL) anunciou que seria o líder dos contrários à administração municipal. Débora Camilo (PSOL) interveio, lembrando que o indicado, na sessão de terça (4), foi o médico Marcos Caseiro (PT), com o apoio do outro petista, Chico Nogueira.

Começou o embate e uma sequência de propostas surgiram, na mesma velocidade em que eram recusadas por um e outro. Já que regimento não previa a intervenção do presidente da Casa, Adilson Jr. (PP) deixou a decisão por conta dos interessados. Allison Sales (PL) até citou que os votos dados à candidata Rosa Valle (da sua legenda) à prefeitura de Santos justificariam o partido ser porta-voz dos opositores ao prefeito.

Foi a vez do médico Marcos Caseiro se posicionar: “Historicamente, sabemos que não é oposição. O PL fez parte da gestão do Rogério”, afirmou, propondo que a soma de votos não fosse dos concorrentes à prefeitura, mas sim relativos aos vereadores da oposição, PL de um lado e PT e PSOL de outro – vale lembrar que só Débora Camilo recebeu mais de 8 mil votos.

Foi proposto rodízio da oposição. “Não dá para conciliar PT, PSOL e PL. Há incompatibilidade ideológica”, afirmou Benedito Furtado (PSB).

Líder do governo, Cacá Teixeira (PSDB) se pronunciou: “Não podemos ficar aqui intervindo em assunto da oposição. Que se faça um rodízio, então”.

Oposição inteligente

Rui de Rosis Jr. voltou a afirmar que sua proposta não é “não é fazer oposição sistemática, mas sim propositiva, inteligente, mas não abrimos mão”. Irritado com Caseiro, insinuou que o médico, por aparecer ao lado do prefeito Rogério Santos, durante a pandemia do Covid, seria um governista.

“O que é isso rapaz, me respeita! Você está maluco, cara?”, replicou Caseiro. “Sou médico da Prefeitura por concurso público, passei em primeiro lugar, e estava lá ao lado do prefeito trabalhando pela cidade, enquanto você era um indicado.”

Quando tudo se encaminhava para o adiamento da decisão, Caseiro foi taxativo: “Vamos resolver isso agora”. Débora explicou: “Não vamos estar na oposição juntamente com o PL, porque sabemos que a posição deles pode mudar. PT e PSOL não serão representados pelo PL”.

Rui de Rosis Jr. ficou como líder da oposição, ao menos na liderança dos seus outros três colegas.