Definindo “Doenças Sazonais” ao pé da letra, são condições de saúde que ocorrem com maior frequência em determinada época do ano, geralmente em função das mudanças climáticas, ambientais ou comportamentos que caracterizam cada estação do ano.

Algumas características das doenças sazonais:

1.-) Padrão temporal: podem surgir em períodos específicos (verão/inverno), portanto, o aumento de sua incidência pode ser sempre previsível;

2.-) Fatores ambientais: muitas vezes estão relacionadas com mudanças e fatores das condições climáticas (temperatura / umidade / poluição);

3.-) Transmissão: algumas doenças podem ser facilmente transmitidas em determinada estação do ano, por exemplo. No inverno, quando as pessoas ficam mais confinadas em um ambiente.
Trazendo a realidade para nós, que moramos na Baixada Santista, as doenças sazonais, surgem devido a variações de condições climáticas, umidade e presença de vetores.

Listamos a seguir algumas doenças conhecidas como sazonais em nossa região:
A.-) Dengue: transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é mais comum em meses quentes e chuvosos (dezembro a março). O surto da doença aumenta conforme a proliferação do mosquito. O vírus da dengue tem quatro sorotipos diferentes, o que significa que é possível ter dengue mais de uma vez na vida. A prevenção da dengue envolve desde a eliminação de criadouros do mosquito até o comportamento e conscientização da população.

A dengue continua sendo um sério problema na saúde pública. Inclui um enfoque multidisciplinar de
pesquisa atual, vigilância, educação e vacinação para diminuir sua incidência e impacto.

B.-) Chikungunya e Zika: assim como a dengue, essas doenças também são transmitidas pelo Aedes aegypti e têm surtos associados às condições climáticas. A preocupação de incidência é a mesma da dengue (importante lembrar que ainda não temos vacina), mas a pesquisa continua para o desenvolvimento de vacinas.

C.-) Leptospirose: a infecção por Leptospirose está associada a enchentes e áreas alagadas, que podem se intensificar durante o período de chuvas. A contaminação ocorre principalmente pela água do solo infectado (urina de animais, por exemplo: ratos). Lembrando que é uma infecção bacteriana. Alguns cuidados para a prevenção:
• Evitar nadar, mergulhar ou entrar em contato com água de enchentes;
• Usar botas de borrachas resistentes e calças impermeáveis;
• Manter ambientes limpos para evitar roedores;
• Usar armadilhas ou iscas, para controlar população de roedores;
• Não beber água não tratada;
• Evitar consumir alimentos ou bebidas que posam ter sido contaminados. Não existe vacina contra a Leptospirose para humanos, mas fique atento aos sintomas: febre alta, dor muscular, icterícia e hemorragias em alguns casos

D.-) Hepatite A: transmissão viral, pode ocorrer em áreas onde as condições de saneamento são precárias. Podem ocorrer maior número de contaminações em períodos de chuvas, devido a alagamentos e inundações.

E.-) Infecções respiratórias: podem ocorrer durante o ano todo. Algumas infecções, como a gripe, podem ter maior incidência durante os meses mais frios (inverno).

F.-) Doenças gastrointestinais: levando em conta alguns fatores, como aumento de temperatura e locais de grande fluxo turístico, ocorre a proliferação bacteriana, aumentando as ocorrências de doenças gastrointestinais durante o verão. Alguns tipos de bactérias como:
• Escherichia coli: podem causar diarreias, cólicas, náuseas e vômitos;
•Salmonella: é encontrada em ovos crus e produtos lácteos;
• Campylobacter spp: encontrada em frango mal cozido e água contaminada;
• Vibrio cholerae: encontrada em água e frutos do mar crus ou mal cozidos. É o agente causador da cólera;
• Listeria monocytogenes: encontradas em carnes curadas, produtos vegetais contaminados;
• Shigella spp: ocorre frequentemente em escolas e creches durante o verão.
Ações como higiene assistida, lavar as mãos, cozimento adequado, água potável e armazenamento correto dos alimentos diminuem o risco de doenças gastrointestinais.
G.-) Alergias e doenças respiratórias: em determinadas épocas do ano, principalmente na primavera, pode haver risco das alergias sazonais, devido à polinização de plantas nativas.

A prevenção é fundamental, campanhas de vacinação, além da conscientização da população são fundamentais para o controle dos surtos.

“Informar é o primeiro passo para transformar sua saúde”.