A pessoa pode gritar, espernear e provocar grande confusão ao redor
Verdade – Qualquer criança pode fazer isso, mesmo sem autismo. O que ocorre é que muitos pacientes, principalmente os casos mais típicos e intensos, têm uma baixa tolerância a ambientes com muito estímulo e que não passam familiaridade. A psicóloga Cristiane Silvestre de Paula conta que isso acontece com algumas crianças, especialmente as que não têm acompanhamento ou cujo comprometimento é maior.
Há vários tratamentos que ajudam a melhorar os sintomas
Verdade – Como se trata de um transtorno muito heterogêneo, o tratamento deve ser sempre individualizado. De modo geral, são usados métodos multimodais, em que terapias se complementam de forma abrangente. “Não podemos nos esquecer de orientar a família, a comunidade e toda a sociedade, pois o preconceito, a falta de acolhimento e de oportunidades são tão ou mais impactantes na qualidade de vida do que o próprio transtorno”, diz o neurologista Leandro Teles.
Usar animais para terapia de autismo é positivo
Verdade – Há quatro anos o Ambulatório de Autismo da Universidade de São Paulo (USP) emprega a chamada “pet terapia” para ajudar crianças com o transtorno. Os cães são treinados para não latir e não reagir a puxões, tornando os menores mais abertos ao tratamento. O contato aumenta os níveis de oxitocina, hormônio da empatia, que vem sendo estudado há anos para auxílio nos cuidados com a doença.
Utilização de tablets pode auxiliar no tratamento
Verdade – Aplicativos executados em tablets vêm permitindo que crianças autistas melhorem sua comunicação. A tela sensível ao toque é fácil de usar, chama a atenção pelas cores e animações e estimula a concentração, que pode ser difícil para quem apresenta o transtorno. É preciso supervisão durante as atividades.
Pode ser hereditário
Verdade – O psiquiatra Guilherme Polanczyk, da Faculdade de Medicina da USP, conta que o autismo é uma das doenças psiquiátricas com maior particularidade genética. “Pode ser transmitida pelos pais ou por mutações espontâneas, que acontecem no momento da divisão celular”, explica.
Não compreende o que está acontecendo ao redor
Mito – Para o neurologista Leandro Teles, o autista capta o que ocorre no entorno, mas sob o prisma de sua peculiaridade cognitiva. “O fato de interagir menos e aparentar estar mais distante não significa que esteja ausente. Muitas vezes, mostram até uma sensibilidade aumentada a estímulos e mudanças sutis na rotina que os cerca, não captados por indivíduos sem o transtorno”.
Autistas têm um mundo próprio
Mito – Segundo o psicólogo Daniel Del Rey, não existe isso de “mundo próprio”. O universo do autista é o mesmo de todas as pessoas. O que ocorre é que ele sente e interage com o entorno de forma diferente.
Autistas são superinteligentes
Mito – Como formam um grupo muito heterogêneo, cada autista é de um jeito. Existem muitos com inteligência normal e uma parcela apresenta intelecto acima da média. Estima-se que cerca de 10% dos autistas sejam muito inteligentes. Eles têm o que chamam de ilhas do conhecimento – são bons em um certo tema.
Autistas não gostam de carinho
Mito – Alguns autistas são hipersensíveis e se incomodam com o toque, mas não é uma regra geral. “Alguns não se sentem bem se são surpreendidos e também se mostram sensíveis a estímulos externos intensos”, explica o neurologista Leandro Teles. “Eles gostam de carinho, mas não sabem como expressar isso, complementa a psicóloga Cristiane Silvestre de Paula, que recomenda evitar levá-los a lugares muito lotados e barulhentos, como um shopping center, por exemplo.
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