Frequentemente confundido com obesidade, o lipedema é uma doença vascular crônica, que afeta quase que exclusivamente as mulheres, pois está associado a um padrão hormonal feminino. É caracterizado pelo acúmulo de gordura em regiões específicas como braços, pernas e quadris, o Lipedema atinge cerca de 5 milhões de mulheres no Brasil e 10% em todo o mundo. O lipedema só foi reconhecida como doença pelo Ministério da Saúde neste ano — foi classificada como CID 11. No entanto, ainda não há tratamento gratuito para ela.
Como identificar o lipedema
As principais características do Lipedema são: dores frequentes nas regiões das pernas, quadril, braços e antebraços, que ficam mais grossos e desproporcionais em comparação com o restante do corpo, no tornozelo parece que há um “garrote” e os joelhos perdem o contorno. A mulher pode apresentar hematomas (ficar roxa) por qualquer movimento mais brusco. Isto acontece porque a doença provoca reação inflamatória em células de gordura nestas regiões.
Tratamento do lipedema
Atualmente, há dois tipos de tratamento para o lipedema: o clínico – com técnicas que amenizam a dor (por meio de dietas anti-inflamatórias e exercícios físicos), e o cirúrgico, que remove as células de gordura por meio da lipoaspiração.
Ajuda a mulheres carentes com lipedema
Com o objetivo de ajudar mulheres carentes, o cirurgião plástico Fábio Kamamoto idealizou a ONG Movimento Lipedema, localizada na nova sede do Instituto Lipedema Brasil. Em junho, mês de Conscientização do Lipedema, estão promovendo ações especiais como lives na internet e cursos semipresenciais com equipe multidisciplinar como nutricionistas e endocrinologistas para falarem sobre a doença. O objetivo da agenda pró-Lipedema é transmitir mensagens importantes de apoio, de conscientização e de acolhimento para que todas essas mulheres tenham mais conhecimento sobre a doença e não se sintam sozinhas. Mais informações em movimentolipedema.org
Saiba mais sobre o Lipedema
• Um dos problemas é o diagnóstico equivocado. Segundo estudo recente, apenas 9% dos médicos estavam aptos a fazer o diagnóstico da doença;
• Costuma ser confundida com obesidade em 75% das pacientes ouvidas no estudo;
• 63% das pacientes revelaram histórico familiar da doença, algumas vezes acometendo três gerações: avó, mãe e a paciente, evidenciando a tese de que a doença pode ser genética.
• O Lipedema não é uma doença estética e, por isso, demanda tratamentos clínico e cirúrgico;
• A doença não é fatal, mas atrapalha a qualidade de vida da mulher de tal forma, que pode desencadear distúrbios como depressão, obesidade, perda de mobilidade e redução de auto estima.
• O estudo revelou que 94% das pacientes ouvidas relataram limitação física e impacto psicossocial devido à doença;
• Não há tratamento gratuito para a doença no SUS ou pelos convênios médicos;
• No Brasil, há poucos médicos especialistas no tratamento da doença;