Com quadro de obesidade mórbida, jovem de São Vicente aguarda na fila da cirurgia bariátrica
Para quem sofre com as consequências da obesidade mórbida, a cirurgia bariátrica é sinônimo de mudança radical de vida. Aguardando na fila para realizar o procedimento pelo Sistema Único de Saúde há um ano, o jovem Carlos Willian dos Santos, de 28 anos, morador de São Vicente, sofre com o agravamento do seu quadro de saúde devido o seu peso: mais de 300 quilos.
A saga de Carlos pelos hospitais da região é longa. Só nesta semana ele esteve na Unidade de Pronto Atendimento da Zona Noroeste, em Santos, e no Hospital CREI (SV), em decorrência de dores na coluna e do vazamento de um líquido em suas pernas. O desespero da família é tão grande, que o pai dele, João Carlos, gravou um vídeo sobre a situação do rapaz.
Nas redes sociais, os familiares pedem ajuda para que ele consiga realizar a cirurgia por outros meios. Na rede particular, o procedimento pode chegar a R$ 40 mil. “Qualquer ajuda é bem-vinda”, diz.
A agonia da espera pela cirurgia se soma às idas e vindas aos consultórios de médicos- procedimento padrão para pacientes que estão na fila da bariátrica, tanto no SUS como em planos de saúde particulares. Na rede pública, as vagas são monitoradas e liberadas pela Secretaria Estadual da Saúde.
“Estou tentando fazer essa cirurgia há cinco anos. Há um ano entrei na fila, que não anda! Passei por médicos no Hospital Guilherme Álvaro e no AME (Ambulatório Médico Especialista) de São Vicente. No início, eu também me consultei com dermatologista, por causa da psoríase que desenvolvi. Mas, com a pandemia, o dermatologista parou. Ficaram de entrar em contato comigo para continuar, mas ainda não me ligaram”, explica o jovem.
Para ajudar o Carlos, os interessados podem entrar em contato pelo telefone (13) 98103-8551.
Secretaria explica como funciona o protocolo para as cirurgias bariátricas pelo SUS
Em nota enviada à redação do Jornal da Orla, a Secretaria de Estado da Saúde informou que não há demanda pendente em nome do paciente Carlos Willian junto à rede estadual de saúde, no momento.
“O paciente passou por avaliações no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) São Vicente nas áreas de endocrinologia, nutrição e cardiologia. Todas as orientações quanto aos fluxos para a realização da cirurgia foram prestadas ao paciente, que deve retornar ao serviço da rede primária, responsável pelo encaminhamento para as próximas etapas de tratamento”.
Segundo a nota, “a cirurgia bariátrica é realizada somente mediante indicação médica. Geralmente, o paciente com obesidade possui restrições e doenças que dificultam a realização das cirurgias, a exemplo de diabetes e hipertensão. Sendo assim, nem todos com indicação médica para cirurgia bariátrica estão efetivamente aptos a fazer o procedimento imediatamente, por questões de quadro clínico geral não favorável. Além disso, há um período comprobatório, no qual o quadro do paciente é analisado para verificar se o procedimento em si é o mais indicado para o paciente. A cirurgia bariátrica é o último recurso utilizado no tratamento, que inclui um suporte ambulatorial e multiprofissional (cardiologistas, nutricionistas, endocrinologistas, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros)”.
“A demanda é descentralizada na rede primária de saúde ou serviços de origem do atendimento, que são responsáveis por agendar os atendimentos médicos e multiprofissionais preparatórios nas unidades de saúde de referência para cada caso, bem como o acompanhamento do paciente até que o procedimento seja realizado”.
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A reportagem foi atualizada com a posição da Secretaria de Estado da Saúde às 19h30 desta quarta-feira (1/12).
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