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Carol Saboya – “Outro Tom – Canções de Antonio Adolfo”

11/10/2024
Carol Saboya – “Outro Tom – Canções de Antonio Adolfo” | Jornal da Orla

Lançado em agosto deste ano nas plataformas digitais e no formato físico pelo selo AAM Records, a cantora Carol Saboya apresenta 10 canções não muito conhecidas do seu pai, o genial pianista, compositor, arranjador, produtor e maestro Antonio Adolfo.

O disco é o 14º. lançamento da cantora e marca as comemorações dos seus 25 anos de carreira e os 60 de trajetória do seu pai. A inspiração veio das suas lembranças de criança, quando ela o acompanhava nos shows, turnês e gravações. Muitas memórias afetivas, repletas de emoções.

O foco do repertório se baseou no período entre 1972 e 1980, época que Antonio Adolfo rompe com a indústria fonográfica e cria corajosamente no Brasil o movimento das gravações independentes.

De forma especial e intimista, Carol sentou no seu piano e começou a estudar música por música, a partir das partituras originais. E o resultado disso está no disco, onde a própria cantora toca piano pela primeira vez em cinco das dez faixas. Todas elas com musica e letra do seu pai, exceto, “Alegria de Carnaval”, feita em parceria com Tibério Gaspar.

Ao lado do produtor e contrabaixista Guto Wirtti, que também tocou violão, percussão e teclados, Carol Saboya buscou uma mescla na sonoridade do disco que remetesse a década de 70 e também citações contemporâneas, O resultado ficou harmonioso e muito inspirado.

A prova disso é a já citada “Alegria de Carnaval”, que traz um encontro que transcendeu o tempo, unindo o piano de Antonio Adolfo, com o naipe de sopros da gravação original de 1979, incorporados a voz de Carol e de suas filhas Amanda e Joana, mais guitarra, bateria e contrabaixo de 2024.

Também destaco a faixa título “Outro Tom”, “Silêncio da Aldeia”, “Carola/Acalanto”, “Deixa a Fonte Despejar” e “A Cada Dia que Passa”.

E os incríveis músicos Gabriel Quinto no violão e guitarra, Renato Massa na bateria, André Siqueira na percussão, Jesse Sadoc e Bidinho no trompete, Zé Carlos Bigorna no saxofone e flauta e o saudoso Serginho Trombone no trombone.

Um disco delicado e que reúne pai e filha numa química atemporal e surpreendente. Nossos ouvidos agradecem a celebração da boa música, unindo gerações!

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