Outubro é o mês em que a comunidade médica lança o alerta para a importância da prevenção ao câncer de mama, na Campanha Outubro Rosa. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença é a primeira causa de morte por câncer na população feminina em quase todas as regiões do Brasil. Apesar disso, o médico Vicente Tarricone Júnior alerta, em entrevista do Jornal da Orla, que as novas formas de detectar a doença precocemente e o tratamento individualizado transformam o diagnóstico e a expectativa de vida para muitas mulheres: o câncer de mama tem cura!
Anticoncepcional não causa câncer
Tarricone explica que a doença não tem causa única, mas, entre as principais causas está o histórico familiar da mulher. “Em 10% das mulheres, provavelmente, a vó ou a mãe teve câncer de mama. Mas 70% dos cânceres estão relacionados aos hábitos de vida, como a diminuição das atividades físicas e a obesidade e a saúde reprodutiva”, explica.
Ele alerta que os remédios contraceptivos e a terapia hormonal não possuem relação com o surgimento da doença. “O alerta é para a mulher que já teve câncer de mama, que não deve usar anticoncepcionais, mas sim outros métodos, como o DIU, por exemplo. Quem não tem ou não teve a doença não só pode como deve usar anticoncepcional para planejar a gravidez, afinal, a gravidez indesejada é um problema sério para a mulher”.
Autoexame não é única forma de diagnóstico
Antes, muito recomendado como forma de a mulher observar alterações nos seios, o autoexame, hoje, é visto de forma diferente pela comunidade médica. “O câncer de mama não dói e, antigamente, quando não existam métodos de diagnóstico, os médicos indicavam que se fizesse a palpação. Hoje em dia existem métodos que identificam o câncer em pequenos tamanhos – o principal deles é a mamografia”. Alguns estudos atuais indicam que as mulheres comecem a realizar o exame de mamografia a partir dos 40 anos. O ultrassom, diz o especialista, complementa a mamografia.
Cirurgias atuais preservam as mamas
Vicente Tarricone explica que os procedimentos cirúrgicos atuais para a retirada do câncer de mama estão mais modernos e buscam preservar as mamas. “Existem outras alternativas àquelas cirurgias mutiladoras, com retirada de músculos e linfonodos. Isso porque a doença está sendo identificada mais cedo pela eficiência dos métodos de diagnóstico e recursos de quimioterapia e hormonioterapia. O câncer de mama hoje tem cura”.
O especialista também afirma que as formas de tratar a doença também mudou ao longo dos anos. “Antigamente, tratávamos um grupo de mulheres com casos semelhantes. Hoje, cada mulher tem um jeito diferente de tratar. Nós estudamos alterações genéticas da paciente e não a comparamos com outras. São situações diversas, que oferecem a multiplicidade de tratamento”.