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Breve romance de sonho, um luxuriante drama psicológico cheio de mistério e perigo

18/05/2022
Breve romance de sonho, um luxuriante drama psicológico cheio de mistério e perigo | Jornal da Orla

Breve romance de sonho, esta pequena obra-prima do austríaco Arthur Schnitzler, entrega ao leitor uma novela nebulosa e psicologicamente perturbadora. Para se ler num dia, o livro apresenta uma atmosfera mórbida, erótica e perigosa, tudo encoberto por mistério e terror. Impressiona muito a habilidade do escritor em conduzir a narrativa por um caminho tortuoso que mistura realidade e fantasia, induzindo o protagonista a sofrer uma espécie de alucinação consciente.

Fridolin e Albertine formam um jovem e exemplar casal. Prósperos, belos e pais de uma filhinha adorável, seguem uma vida perfeita. Entretanto, após um baile de máscaras, permitem-se experimentar um efêmero hálito de aventura trocando confidências sobre desejos ocultos. Albertine revela uma inofensiva fantasia sexual que teve no passado com outro homem. Atordoado, Fridolin sai à noite para atender um paciente em estado grave e entra numa vertigem de desejo e horror que o leva ao limite.

O macabro, o perigo e o erotismo marcam todo o enredo do livro. Fridolin tenta resolver o mistério e assim retornar à realidade de todos os dias, mas não se sabe se há destino possível para isso. Um drama psicológico de primeira linha.

Motivos para ler:

1- Arthur Schnitzler, médico de formação, entregou este livro em 1926. É considerado um dos maiores expoentes da literatura austríaca;

2- Este livro costuma ser catalogado, dentre as chaves literárias, como uma novela. A novela ficaria num plano entre o conto e o romance, marcada principalmente pela agilidade do enredo e pelo plano sequencial. Costuma, por tudo isso, ser uma leitura rápida e fluida. Vale a pena conhecer o gênero;

3- A dica de ouro: este livro foi adaptado para o cinema pela lente de Stanley Kubrick. De olhos bem fechados foi o último filme do genial cineasta, e é um espetáculo. Com atuações poderosas de Tom Cruise e Nicole Kidman, o filme consegue ser ainda mais sinistro do que o livro. Eis um raro exemplo, em nossa opinião, de um filme que consegue superar o livro.

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