Se existia uma possibilidade de que o Congresso aprovasse uma anistia aos condenados pelos atos de vandalismo e tentativa de incentivo a um golpe militar, registrados em 8 de janeiro do ano passado em Brasília, ela acabou com o novo ataque registrado ontem (13) à noite na Capital da República.
Não importa se o autor do atentado suicida, identificado como Francisco Wanderley Luiz, um bolsonarista raiz, filiado ao PL e que disputou uma eleição para vereador em um município de Santa Catarina, agiu sozinho ou se sofria de problemas emocionais.
O que importa são os fatos e suas consequências.
E os fatos são que as bombas assustaram os integrantes dos Três Poderes e a população da Capital.
Não há mais espaço para perdão.
Simples assim.
Até os parlamentares mais à direita, que representam o bolsonarismo raiz, como Gustavo Gayer (PL), de Goiás, admitem que as bombas sepultaram a anistia pretendida.
“Agora vão enterrar a anistia. PQP”, disse Gayer aos colegas que integram o grupo mais à direita do PL.
Parlamentares que, registre-se, estavam confiantes na possibilidade de aprovar um perdão aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e, por consequência, auxiliar Bolsonaro e torná-lo elegível novamente.
Indignação no STF
No STF o clima é de estupefação e de indignação.
Ministros fizeram questão de mandar recados aos deputados bolsonaristas.
Sem meias palavras: A Suprema Corte não vai tolerar e aceitar projeto que conceda anistia a quem atacou os Poderes da República, e, por consequência, a democracia.
Francisco Wanderley Luiz, com suas bombas, acabou se transformando no Adélio Bispo da extrema direita.