“O momento mais esperado acabou acontecendo da forma menos esperada”. Assim o fiscal sanitário Leonardo dos Santos Almeida, 40 anos, classificou o nascimento de seu segundo filho, Eduardo, na manhã de quinta-feira (28/8) em Santos. O parto ocorreu dentro do carro, na porta da Unidade de Saúde da Família do bairro do Valongo, pouco depois das 8h.

Leonardo e a então esposa Lílian Luciana de Souza Almeida, 36, são moradores do Boqueirão, em Praia Grande e haviam programado o nascimento do bebê em uma maternidade em Santos. Mas pouco antes das 7h, Lílian sentiu as contrações ficarem mais fortes. A bolsa estourou às 7h30.

No carro, Leonardo e Lílian se angustiavam com o movimento intenso no trânsito, e as contrações cada vez mais intensas. A primeira atitude de Leonardo foi acionar o 190 da Polícia Militar para ver se poderia contar com ajuda para “abrir caminho” na entrada de Santos. Ele sentia que o momento do parto se aproximava.

Passada a entrada da Cidade, ele buscou aproximar o veículo para o canto direito da via na tentativa de, ao menos, estacionar. Por instinto, virou à direita, na Rua Maria Neusa Cunha. Na calçada, vendo o desespero do pai, um pedestre sugeriu que ele seguisse poucos metros adiante até a entrada da Unidade do Valongo.

“Ele veio correndo até a recepção e logo vários profissionais foram até o carro”, conta a responsável pela unidade de Saúde, Jéssica Fernanda de Oliveira Ferraz. Eduardo já tinha nascido no veículo e, minutos depois, recebeu os primeiros cuidados de enfermeiros e técnicos de Enfermagem. A primeira abordagem foi feita pela enfermeira Rosana Maria Carmello, depois vieram outros profissionais trazendo luvas, avental e gaze para a primeira acolhida.

A primeira providência foi verificar os sinais vitais do recém-nascido e as condições da mãe, que tinha perdido sangue. Depois, verificaram a pressão arterial de Lílian. Com respostas positivas aos primeiros exames e testes, os pais e a equipe de Saúde foram se acalmando. “Nunca tinha visto um caso deste acontecer na porta da unidade”, revela Jéssica. “O caso mostrou que nossa equipe está preparada para tudo”.

Uma viatura do Samu também acolheu o bebê e a mãe, encaminhando-os, de forma mais segura, para uma maternidade. “Só temos que agradecer a todo o pessoal, tanto da unidade como do Samu. Acredito que foi Deus que colocou estes profissionais no nosso caminho”, agradece Leonardo.