Guilherme Stella
Sim, você leu certo. Segundo o mundo da tecnologia, ainda é difícil dizer exatamente o que é o Metaverso, mas já é totalmente possível explicá-lo por meio do que ele NÃO é.
Graças às novas tecnologias e, vamos ser justos, ao Facebook, o Metaverso deixou de ser algo reservado ao mundo restrito e especializado da tecnologia agora virou conversa de elevador. Estamos nos habituando cada vez mais ao termo Metaverso, mas poucos de nós têm a exata noção do que ele é.
Recém-chegado da Geoweek Denver, uma das maiores feiras do mundo de mapeamento digital e tecnologia tridimencional, onde me deparei com vários debates sobre o Metaverso, enfatizo: é difícil, ainda, definir o que o Metaverso é. Mais fácil, nesse sentido, seria dizer o que ele NÃO é. E aí, sim, podemos começar a desenhar um universo mais próximo do que efetivamente já existe.
Já existem vários próprios conceitos formados e, para complicar, também existem milhares de definições e descrições muito distintas, umas das outras, na internet. O Facebook deu um passo à frente ao jogar luz sobre tema e popularizar o assunto, mas “por ser uma ferramenta ainda em estágio embrionário de desenvolvimento, seu conceito e sua usabilidade estão longe de uma definição conclusiva.
Falar sobre o que o Metaverso NÃO é, pode ser um caminho mais assertivo para compreendê-lo. Nesse sentido, o que não é Metaverso?
- Games e conteúdos tridimensionais (Second Life, Minecraft, CS ou qualquer MMO);
- Experiências virtuais (realidade virtual, aumentada e mista;
- Streaming virtual (IOT – internet das coisas e streaming de eventos virtuais).
O que os três têm em comum? São aleatórios, têm começo e fim, e uma atuação limitada do usuário. Todos são experiências virtuais, isso não podemos negar. Mas não são o Metaverso. O Metaverso é uma realidade paralela e contínua na qual as experiências acontecem. A autonomia e a amplitude de ação do usuário dentro do Metaverso podem ser infinitas, assim como no mundo real e não limitada a um universo com começo e fim como acontece em games e experiências virtuais pontuais.
Apesar desses elementos e experiências não representarem por completo o Metaverso, não significa que não estarão presentes no mesmo, pelo contrário. O Metaverso é um streaming continuo, de ambientes virtuais cheios de conteúdos tridimensionais.
Apesar de Mark Zuckerberg ter sido pioneiro ao apresentar massivamente esse novo universo ao mundo, o Metaverso não será uma propriedade privada, mas, sim, um novo sistema de protocolo global, de computadores interconectados que criam uma infinita rede de informação. O Metaverso é a evolução da internet.
Guilherme Stella é fundador da TrackFY, empresa especializada em soluções de mapeamento digital.