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A violência doméstica é um problema social que todos nós temos responsabilidade

23/08/2024
A violência doméstica é um problema social que todos nós temos responsabilidade | Jornal da Orla

Em Santos, a violência doméstica, é uma preocupação séria. No primeiro trimestre de 2023, as forças policiais registraram 6.986 casos de violência doméstica na região. Esses números representam uma queda de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior e uma diminuição de 0,18% em comparação com o último trimestre do ano passado, quando foram feitas 6.973 queixas.

A cidade de Santos está tomando medidas para lidar com esse problema, incluindo a criação da primeira vara especializada em violência doméstica da Baixada Santista, onde todos os processos relacionados a violência doméstica contra a mulher e a família serão julgados. Além disso, o atendimento à mulher vítima de violência é uma prioridade, com a Prefeitura de Santos oferecendo suporte e assistência às vítimas.

A faixa etária das vítimas de violência doméstica varia, mas dados sugerem que mulheres adultas, em sua maioria, estão entre as principais vítimas. É importante ressaltar que a violência doméstica não está restrita a uma faixa etária específica, podendo afetar mulheres de diferentes idades, incluindo adolescentes e idosas. As estatísticas destacam a importância de políticas e ações que visem proteger todas as mulheres, independentemente da faixa etária, contra a violência doméstica.

Infelizmente, não há informações específicas disponíveis sobre a violência contra pessoas com deficiência na cidade de Santos. No entanto, dados gerais do Brasil indicam que a violência contra pessoas com deficiência é uma questão relevante que merece atenção. Em 2019, por exemplo, foram registrados 7.613 casos de violência contra pessoas com deficiência em todo o país. Esses números ressaltam a importância de políticas e ações para proteger e garantir os direitos dessas pessoas em todo o território nacional.

A identificação de sinais que podem indicar potenciais agressores no início de um relacionamento é crucial para a prevenção da violência. Alguns estudos e fontes especializadas destacam alguns indicadores comuns que podem ser sinais de alerta. Aqui estão alguns desses sinais:

– Mudanças rápidas e intensas no relacionamento: Agressores podem tentar acelerar o relacionamento, buscando compromissos exclusivos de forma precoce e intensa.

– Falta de empatia e perspectiva dos outros: Pessoas com comportamento agressivo muitas vezes demonstram falta de empatia e consideração pelos sentimentos e perspectivas dos outros.

– Intolerância à frustração: Baixa tolerância à frustração e dificuldade em lidar com contratempos são características
que podem indicar comportamento agressivo.

– Centralização excessiva em si mesmo: Agressores frequentemente tornam tudo sobre si mesmos, demonstrando egoísmo e falta de consideração pelos outros.

– Crítica constante e culpa nos outros: A tendência de culpar os outros por seus próprios erros e comportamentos negativos é um sinal de alerta.

É essencial estar ciente desses indicadores para identificar potenciais agressores e buscar ajuda ou
suporte, se necessário.

Sim, existe uma propensão significativa de crianças que testemunham a violência praticada contra a mãe desenvolverem comportamentos agressivos na vida adulta. Estudos indicam que crianças expostas à violência doméstica apresentam problemas de internalização, como ansiedade, depressão e medo, e de externalização, como raiva, agressividade e fugas de casa. Esses problemas podem afetar a capacidade da criança em desenvolver empatia, interpretar situações sociais, estabelecer relações interpessoais, resolver problemas e alcançar satisfação na vida adulta.

A exposição de crianças à violência interparental, onde elas testemunham atos de violência praticados contra a mãe ou outro elemento da família, pode levar a um impacto negativo no seu desenvolvimento psicossocial. Problemas sociais e físicos podem persistir na vida adulta, aumentando a possibilidade de a vítima se tornar agressora, o que é um dos pressupostos da transmissão intergeracional da violência.

É importante oferecer apoio e intervenção adequados para crianças expostas à violência doméstica, a fim de minimizar os potenciais efeitos negativos e prevenir comportamentos agressivos na vida adulta.

A Lei Maria da Penha, oficialmente Lei nº 11.340 de 2006, é uma legislação brasileira que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Ela estabelece mecanismos para prevenir, punir e erradicar a violência de gênero, protegendo as mulheres em situações de violência doméstica. A lei foi criada para garantir os direitos das mulheres e promover a equidade de gênero, sendo considerada uma importante ferramenta legal no combate à violência contra a mulher no Brasil.

Quanto à proteção dos homens que são vítimas de violência doméstica, a Lei Maria da Penha originalmente não se aplicava a eles, focando especificamente na proteção das mulheres. No entanto, em alguns casos, a lei tem sido aplicada de forma analógica para proteger homens agredidos por familiares ou vizinhos, como em situações em que a violência é praticada por uma mulher.

Recentemente, houve debates e decisões judiciais sobre a extensão da Lei Maria da Penha para proteger homens vítimas de violência doméstica. Alguns julgados ampliaram a interpretação da lei para incluir homens agredidos por seus parceiros ou familiares, concedendo medidas protetivas baseadas nos princípios da legislação.

A aplicação da Lei Maria da Penha para homens ainda é um tema em discussão, e a jurisprudência está em constante evolução para garantir a proteção de todas as vítimas de violência doméstica, independentemente do gênero.

No caso de violência contra um homem em que a agressora é uma mulher ou um familiar, o procedimento a ser seguido pode variar dependendo da legislação específica do país ou estado onde ocorreu a agressão. No Brasil, por exemplo, apesar da Lei Maria da Penha ter sido criada para proteger especificamente mulheres vítimas de violência doméstica, homens que sofrem violência doméstica também têm direitos e podem buscar amparo legal.

Aqui estão alguns passos que um homem agredido por uma mulher ou familiar pode seguir em caso de
violência:

– Registro de Ocorrência: A primeira medida a ser tomada é fazer um Boletim de Ocorrência
<B.O.> em uma delegacia de polícia para documentar o ocorrido e iniciar o processo legal.
– Busca de Assistência: Buscar apoio psicológico e assistência jurídica são passos fundamentais
para lidar com a situação e buscar proteção.
– Medidas Protetivas: Solicitar medidas protetivas à autoridade policial, que podem incluir
afastamento do agressor, proibição de contato e monitoramento.
– Acompanhamento Jurídico: Procurar um advogado especializado em casos de violência
doméstica para orientação sobre os direitos legais e o encaminhamento do caso.
– Denúncia: Caso se sinta ameaçado ou em perigo, é importante denunciar a situação às
autoridades competentes e buscar ajuda de instituições de apoio.
– Acompanhamento Psicológico: Buscar apoio psicológico para lidar com as consequências
emocionais da violência e a superação do trauma.

É essencial lembrar que a violência doméstica não faz distinção de gênero e que todos os indivíduos
têm o direito de buscar proteção e justiça diante de situações de agressão, independentemente do sexo
da vítima ou do agressor.

Por favor, se precisar de mais informações ou assistência específica, não hesite em buscar ajuda
profissional ou entrar em contato com as autoridades competentes.

Durante a pandemia, a Baixada Santista enfrentou desafios significativos em várias áreas. O impacto
econômico foi expressivo, com quase 100 mil desligamentos em 2020, afetando a renda familiar.

Iniciativas econômicas solidárias foram implementadas para abordar os efeitos sociais e econômicos.
Projetos socioambientais receberam investimentos para promover o desenvolvimento sustentável.

Recursos foram destinados para impulsionar a economia local.

O desemprego na região aumentou, com quase 13 mil postos de trabalho fechados em três meses. O
setor de serviços foi o mais afetado, resultando em uma das maiores taxas de desocupação. A Baixada
Santista perdeu 138 mil ocupações, contribuindo para o aumento do desemprego durante a pandemia. A
recuperação econômica foi desafiadora, com o potencial de consumo crescendo, mas setores como o
comércio ainda enfrentando os impactos da Covid-19.

A segurança pública na Baixada Santista também foi uma preocupação, com altas taxas de furtos, roubos
e crimes. Operações de segurança resultaram em prisões e mortes de suspeitos, refletindo a
intensificação das ações para combater a criminalidade na região. Além disso, a violência doméstica
aumentou durante a pandemia, com a região registrando casos crescentes de violência contra mulheres.
Cidades da Baixada Santista estiveram entre as mais expostas à criminalidade violenta em São Paulo.

Durante a pandemia, houve um aumento significativo no número de casos de violência doméstica na
Baixada Santista. O isolamento social e o convívio prolongado em casa contribuíram para a
intensificação dos conflitos familiares, resultando em um aumento da violência contra mulheres e
vulneráveis. Os relatos e dados indicam que a violência doméstica foi um problema crescente durante
esse período desafiador, afetando a segurança e bem-estar das vítimas na região.

Diversas fontes e relatórios apontam para esse cenário de aumento da violência contra mulheres e
vulneráveis durante o período de isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19. A ONU
Mulheres alertou para o crescimento da violência doméstica desencadeado pela pandemia, refletindo um
aumento nos pedidos de ajuda de vítimas. Além disso, dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
indicam que houve um aumento da violência contra mulheres durante o período de confinamento em
diversas regiões, incluindo a Baixada Santista. Portanto, há evidências claras de que a violência
doméstica aumentou durante a pandemia na Baixada Santista e em todo o Brasil.

Na região da Baixada Santista, os dados de segurança pública revelam desafios significativos. Quatro
cidades da Baixada Santista estão entre as 50 brasileiras com as maiores taxas de furtos e roubos de
celulares. Além disso, quatro das dez cidades mais violentas do estado de São Paulo estão localizadas
na Baixada Santista, com base em dados oficiais de segurança pública.

Apesar desses desafios, houve notícias positivas em relação à redução da criminalidade em Santos. Em
2020, seis importantes indicadores de criminalidade apresentaram queda em comparação com o ano
anterior, incluindo homicídio doloso, estupro, roubo, roubo de veículo e furto.

Esses dados refletem a complexidade da situação de segurança pública na região da Baixada Santista,
destacando a necessidade de atenção e investimentos para melhorar a qualidade de vida e a segurança
dos cidadãos.

Se você presencia um caso de violência contra a mulher ou contra a pessoa com deficiência, você tem
responsabilidade em agir para interromper esse ciclo de violência, para que as agressões físicas não
acabem em morte de ninguém.

Quem agride, quem pratica violência contra qualquer pessoa, seja mulher, criança ou pessoa com
deficiência, essa agressão sendo verbal ou física, de fato, precisa ser responsabilizado, seja pela
justiça humana ou pela justiça divina. É importante lembrar que a violência nunca é justificável e que
todos merecem viver em segurança e respeito.

A justiça divina, por sua vez, nos lembra que as consequências de nossos atos transcendem a esfera
terrena. É preciso ter consciência de que a violência, em qualquer forma, gera um ciclo de sofrimento
que se perpetua. Buscar a paz e a compaixão é fundamental para construirmos uma sociedade mais justa
e fraterna.

 

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