Fronteiras da Ciência

A linguagem do coração

15/05/2014
A linguagem do coração | Jornal da Orla
Grande sabedoria é saber olhar a vida com olhos de ver. Ir além das aparências. Nós não somos apenas ossos, músculos, tendões, unhas, cabelos, sangue. Somos tudo isso e mais a essência, o espírito. É essa essência que nos faz ficar doentes ou recuperar a saúde de uma doença sem bons prognósticos. Assim, não se pode imaginar medicina sem os remédios, bisturis, equipamentos, poções. Mas, a essência não pode ser esquecida.
Dr. Josh era um talentoso cirurgião oncológico. Depois de alguns anos, começara a ter problemas. De tanto ouvir falar de dores e assistir ao sofrimento, deixara de se importar. Então, uma amiga lhe observou que ele precisava olhar o mesmo cenário, de forma diferente.
E lhe sugeriu que, a cada dia, durante 15 minutos, ele rememorasse os acontecimentos e respondesse a si mesmo: “o que me surpreendeu hoje? O que me perturbou ou emocionou hoje? O que me inspirou hoje?”. Seis semanas depois, Josh encontrou-se com ela outra vez e lhe falou das suas experiências. Estava mudado. Sereno. Nos primeiros dias, a única coisa que o surpreendera tinha sido o tumor de algum paciente que diminuíra poucos centímetros.
O mais inspirador, uma droga nova, ainda em experiência. Certo dia, observando uma mulher de 38 anos, que ele havia operado de um câncer no ovário, tudo mudou. Ela estava muito debilitada pela quimioterapia. Sentada em uma cadeira, tinha ao seu lado as filhas de quatro e seis anos. As duas estavam bem arrumadas e felizes. “Como ela fazia aquilo?”
Mesmo depois de tudo o que havia passado, ele observava que havia dentro dela algo muito forte. Uma força que a estava curando. A partir daí, ele começou a perguntar aos pacientes o que lhes dava forças na sua luta contra a doença. As respostas eram muito diversas. O importante é que ele descobriu que tinha interesse em ouvir.
Agora, as pessoas vinham lhe agradecer pela cirurgia. Algumas até lhe davam presentes. Entre eles, um estetoscópio com seu nome gravado. Quando a amiga perguntou o que é que iria fazer com aquilo, ele sorriu e respondeu: “Ouvir os corações”.
[Rachel Naomi Remen e Luiz Carlos Prates]
Todas as vidas têm um significado. Encontrar o sentido das coisas nem sempre é fazer algo diferente. Por vezes, é somente enxergar o cotidiano, a rotina de uma forma diferente.A vida pode ser vista de várias maneiras: com os olhos, com a mente ou com a intuição.Mas a vida só é verdadeiramente conhecida por aqueles que falam e ouvem a linguagem do coração.
PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE.