Fronteiras da Ciência

A lição no apólogo

16/04/2014
A lição no apólogo | Jornal da Orla
Conta que um homem foi convocado a comparecer no fórum para solução imediata dos problemas e dúvidas que lhe manchavam a vida. A condenação era quase certa. Todavia, o cavalheiro, que possuía três amigos, vendo-se em dificuldades, procurou seus três benfeitores, suplicando proteção e conselhos. O primeiro falou-lhe com certa arrogância: 
 
-Não posso fazer nada por você, a não ser arranjar uma roupa nova para que compareça bem vestido diante do juiz.
 
Dirigiu-se então ao segundo amigo e este, muito preocupado, disse-lhe com toda sinceridade: 
 
-Embora goste muito de você, nada mais posso fazer do que acompanhá-lo até à porta do tribunal. Dali não posso passar. Você terá que seguir só.
 
O homem aproximou-se do terceiro amigo e lhe suplicou ajuda. E este, por sua vez, com grande afeição falou-lhe com humildade: 
 
-Irei com você e falarei em sua defesa.
 
E assim o terceiro amigo fez. Estendeu-lhe os braços, amparou-o em todos os momentos da luta. Falou com tanta segurança e eloqüência que o suspeito foi absolvido com a aprovação dos próprios acusadores.
 
[com base no livro: “Vozes do Grande Além” – psicografia de Chico Xavier]
 
A lição do apólogo diz respeito à nossa própria história frente a morte. Todos nós, diante do túmulo, somos convocados a comparecer ante o Tribunal da Consciência para prestar contas à contabilidade divina. E todos recorremos àqueles que nos protegem.
 
O primeiro amigo, o doador de trajes novos, é o dinheiro, que nos garante o sepultamento. O segundo, que nos acompanha até à porta do Tribunal, é o mundo, representado por nossos parentes, que, com pesar, nos seguem até à beira da sepultura. O terceiro é aquele que irá conosco e falará em nossa defesa. É o bem que praticamos, a transformar-se em gênio tutelar de nossos destinos, e que, falando em nós e por nós diante da Justiça, consegue mais amplas oportunidades de serviço, ou nosso passaporte para esferas mais felizes.
 
Assim como o bem que praticamos abre as portas da felicidade, igualmente as más ações depõem contra nós, enclausurando-nos aos sofrimentos, remetendo-nos junto aos círculos pesados das sombras. Percebemos, então, a grandeza da Justiça Divina a se concretizar no ensino do Mestre de Nazaré: “Cada um receberá conforme as suas obras. Atendamos ao bem, onde estivermos, hoje, amanhã e sempre, na certeza de que o bem que realizamos é a única luz do caminho infinito que jamais se apagará”.
 
PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE.