Narra antiga lenda que, certa vez, um rei adoeceu gravemente. O tempo transcorria e seu estado de saúde somente ficava mais complicado.
As tentativas médicas não funcionavam. Estavam a ponto de perder a esperança, quando uma velha criada falou:
–Eu sei de uma forma para salvar o rei. Se vocês puderem encontrar um homem feliz, tirar-lhe a camisa e vesti-la no rei, ele se recuperará.
Ao obter tal informação, o rei enviou seus mensageiros a todos os cantos do reino à procura de um homem feliz.
Eles cavalgaram sem descanso, por aldeias, por vilarejos e não encontraram um homem feliz. Ninguém estava satisfeito. Todos tinham uma queixa a fazer.
–Aquele alfaiate estúpido fez as calças muito curtas! – Ouviram um homem rico dizer.
–A comida está péssima. Este cozinheiro não consegue fazer nada direito! -Reclamava outro.
–O que há de errado com os nossos filhos? Só fazem tolice –Resmungava um pai insatisfeito.
–O teto está vazando! -A situação financeira está péssima.
Essas e outras tantas queixas eram o que os mensageiros do rei ouviam por onde passavam.
Se um homem era rico, não tinha o bastante. Se não era rico, era culpa de alguém.
Se era saudável, havia uma pessoa indesejável em sua vida. Se tinha uma boa família, a gripe o estava infelicitando.
Enfim, naquele reino todos tinham algo do que reclamar.
O rei foi perdendo a esperança de ficar bom. Então, de forma inesperada, numa noite em que seu filho cavalgava pelos campos, ao passar perto de uma cabana, ouviu alguém dizer:
–Obrigado, Senhor! Concluí meu trabalho diário e ajudei meu semelhante. Comi meu alimento, e agora posso deitar-me e dormir em paz. O que mais poderia desejar, Senhor?
O príncipe exultou de felicidade. Encontrara, por fim, um homem feliz.
Chamou seus homens e lhes ordenou que fossem à cabana, pagassem ao homem o que quisesse e trouxessem a camisa dele para o rei.
No entanto, quando os enviados entraram na cabana para conseguir a camisa do homem feliz, descobriram que ele era tão pobre, tão pobre, que não tinha nenhuma camisa para vestir.
[com base em texto de William J. Bennett e na Red. do Momento Espírita]
A maioria de nós tem o hábito de reclamar de tudo e de todos. Se não temos motivos de queixa, ficamos sem assunto.
De um modo geral, deixamos de valorizar pequenos detalhes que fazem a nossa felicidade, que nos mantêm a vida, como: a família, os amigos, o trabalho, o teto.
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